No dia 12 de dezembro, Belo Horizonte comemora 125 anos de existência e a prefeitura vai promover city tours (em micro-ônibus) e walking tours (roteiros a pé) gratuitos para moradores e turistas. De dezembro a fevereiro serão oito passeios programados, divididos nos horários da manhã e da tarde.
Serão diversos roteiros, com destaque para a arte urbana e a arquitetura do município. Eles incluem visitas ao Complexo Moderno da Pampulha, praças, mirantes, museus, mercados, entre outros pontos turísticos. Com duração média de 4 horas, os city tours e os walking tours serão conduzidos por um guia de turismo credenciado.
De acordo com o presidente da Empresa Municipal de Turismo (Belotur), Gilberto Castro, a ideia é que essas atividades sejam um estímulo constante para despertar um novo olhar do belo-horizontino sobre a capital.
Olhar diferente
O projeto tem como intuito aguçar o interesse e a curiosidade do cidadão pelos espaços da capital mineira. Segundo a Belotur, a “Temporada Especial Aniversário de Belo Horizonte”, que ainda está em execução, e a “Temporada Especial Férias”, que começa em janeiro, pretendem atingir um público estimado de 384 pessoas ao longo dos 5 meses.
O diretor de promoção e marketing turístico da Belotur, Leonardo Nunes, destaca que os roteiros buscam percorrer os atrativos mais conhecidos e outros ainda desconhecidos do grande público. “Entendemos que quando a população se envolve com a própria cidade, seu desenvolvimento se dá de maneira mais fluida e os impactos despertados conjuntamente são positivos, sensibilizando e estimulando seus habitantes temporários ou não a olhar para o município de outra forma”.
Nunes conclui dizendo que a intenção é que o projeto seja permanente. “Há uma grande expectativa em relação à continuidade dos tours durante todo o ano de 2023”.
O guia de turismo credenciado para realizar os tours, Ricardo Chaves, conta que o que mais chamou a sua atenção é a falta de conhecimento do belo-horizontino no que diz respeito à capital. “A maioria das pessoas não dá muito valor ao município onde moram, porque todo dia passam pelo mesmo lugar e isso deixa tudo comum. Deste modo, precisamos buscar meios para mostrar esses locais como eles realmente são, fazendo com que o visitante se sinta mais atraído, além de um divulgador das belezas da cidade”.
Daisy Carvalho, que também participou do projeto como guia de turismo, acrescenta que muitos participantes não conheciam os pontos turísticos. “Grande parte nunca tinha entrado em alguns locais e o lugar mais desconhecido entre eles era o Parque Amílcar Martins”.
A professora aposentada, Vera Fonseca, de 74 anos, diz que participou do passeio e ficou sabendo do projeto por meio da divulgação e amigos. “Eu sou de Uberlândia, mas moro em Belo Horizonte e já participei dessas excursões umas seis vezes. Mesmo assim, sempre descubro histórias que não sabia e olha que conheço bem a cidade. Desta vez, o lugar que mais gostei de visitar foi o Museu dos Quilombos e Favelas Urbanas (Muquifu).”
Já a turismóloga, Ângela Oliveira, 45 anos, destaca que participar do tour possibilita conhecer ambientes que fazem parte da história. “Visitar o Muquifu foi muito interessante. Por outro lado, estar em uma casa onde, por algum tempo, Juscelino Kubistchek residiu, hoje transformada em museu, foi um privilégio. Pude apreciar grandes obras, como de Niemeyer, Portinari e Burle Marx. Participar desses passeios é bem legal e que venham outros, afinal, BH tem muito que mostrar”.