No passado, o PSDB mineiro era avaliado como um dos mais influentes entre os demais diretórios estaduais, ficando atrás apenas de São Paulo. Hoje, os tucanos daqui estão reduzidos a três deputados federais: o presidente da sigla, Paulo Abi-Ackel, Aécio Neves e Eduardo Barbosa. Além deles, existem dois parlamentares estaduais, João Leite, considerado um dos fundadores do partido, e o recém-chegado Leonídio Bouças, que sempre foi um político forte em Uberlândia e no Triângulo. Segundo dados disponíveis, atualmente, estão filiados ao partido um total de 86 prefeitos e 733 vereadores.
Contudo, não são apenas esses números que têm embalado o ex-governador Aécio Neves a disputar um cargo majoritário. Pessoas próximas garantem que ele ficou entusiasmado com uma pesquisa que apontou uma média de 20% de preferência de seu nome na disputa a uma cadeira ao Senado.
Em Brasília, a família do presidente Jair Bolsonaro (PL), meses atrás, chegou a avaliar como positiva uma possível investida do político mineiro na peleja ao Palácio Tiradentes. No momento, por uma questão de estratégia, os familiares do presidente já articulam claramente o nome do deputado Marcelo Álvaro Antônio (PL) para ser o candidato a Câmara Alta numa parceria com o governador Romeu Zema (Novo).
Aliás, a imprensa mineira vem oferecendo espaço a Aécio no que se refere à sucessão, especialmente focando na sua incursão ao governo estadual. Porém, não existe definição clara sobre o assunto. Nas próximas semanas, a discussão pode voltar à tona. Ainda assim, existem conversas de bastidores com relação a composição de aliança dos tucanos com Zema no seu projeto de reeleição. Por exemplo, não está descartada a chance da continuidade do atual vice-governador Paulo Brant, também do PSDB, na chapa como uma opção mais de consenso, caso voos mais altos por parte de Zema não ocorram.
Para além dessa realidade, cresce um movimento interno no PSDB para o lançamento do nome do ex-deputado e ex-secretário de Estado, Marcus Pestana, como candidato do partido ao posto de chefe do Executivo estadual. Com isso, haveria um fortalecimento do projeto político de Aécio, não mais como pré-candidato a governador, mas sim perpassado pela chance de ele se tornar um parlamentar reeleito e votado em Minas. Isso o credenciaria a patamares mais preponderantes, posto que em Brasília, fala-se muito em sua pretensão de voltar a ser presidente da Câmara Federal.
Só para rememorar, Aécio é presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e tem o apoio incondicional do Palácio do Planalto para sua continuidade.
Entretanto, a semana foi intensa em relação ao nome do tucano e as suas alusões rumo ao governo mineiro. Por outro lado, faltou costura política para viabilizar o senador Carlos Viana (PL) como candidato a governador. Pelos corredores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), já se fala abertamente: “Viana errou ao abandonar o MDB e filiar-se ao partido de Bolsonaro. Agora, ele foi jogado às traças pelo próprio núcleo familiar do presidente, que o incentivou a tomar essa decisão”.