Para além de discursos ideológicos, está na hora do governo brasileiro se unir aos setores produtivos, especialmente os geradores de commodities, evitando uma verdadeira derrocada nas exportações do país, sobretudo para o mercado europeu. Por lá, circula um projeto de lei no Parlamento Europeu revendo punição para produtos extraídos de áreas desmatadas ilegalmente. Isso tem a ver com o fato de que o mundo está incondicionalmente mais protecionista.
Diante deste panorama, convém chamar atenção para a límpida realidade, na qual os dados probatórios são claros: China e Estados Unidos são os grandes compradores. Porém, esses mesmos países, volta e meia, brecam suas importações, assim como aconteceu com o mercado chinês que, recentemente, ficou 3 meses sem adquirir nada relacionado à agropecuária do Brasil.
Os especialistas ressaltam que o retorno do protecionismo, registrado no período pandêmico, tem no Brasil um forte alvo devido ao perfil exportador de produtos agropecuários, o que pode ser uma ameaça direta, impactando financeiramente algo em torno de US$ 50 bilhões.
Neste cenário, destacam-se itens mais suscetíveis, como a carne bovina, soja, farelo de soja e café, responsáveis por uma preponderante fatia de transações comerciais internacionais. Pelos cálculos das autoridades brasileiras, isso corresponde à metade das vendas externas do agronegócio.
Na lista de exportações existem também itens como o açúcar, carne suína e frango. “Tudo isso tem incomodado aos poderosos do mundo. Estamos na linha de ‘tiro deles’”, disse o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
No bojo desse tema ressalta-se ainda uma fala do novo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui de Salvo, ao antecipar uma de suas metas ao Edição do Brasil: prover a liderança do estado para além da produção de leite e café. Ele está assumindo uma entidade com capilaridade em quase todo o território mineiro, com seus mais de 800 municípios. Trata-se de um desafio incomensurável, mas Antônio tem a seu dispor o apoio de 386 sindicatos da classe, capazes de fazer a interface com o setor produtivo do agronegócio em nossas paragens.
Acrescenta-se à tese inovadora do presidente da Faemg, a necessidade de orientação junto aos seus filiados e comandados para adotarem medidas destinadas a diminuir o aumento do protecionismo mundial. Fora isso, seria importante destacar os temas relacionados ao meio ambiente, afinal, isso nos colocaria na rota de coesão internacional, garantindo a plena continuidade das transações comerciais com parceiros de todos os continentes.