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Criminosos cibernéticos

As leis para os crimes cibernéticos são brandas ou inexistem, quando se trata especificamente do capítulo relacionado à punição dos infratores. Essa é a realidade preocupante em todo o país. Vale dizer que os legisladores, deputados e senadores, juntamente com o segmento do judiciário nacional, carecem de encontrar uma maneira mais diligente de penalizar os meliantes, visto que a quantidade de delitos vai só aumentando, na medida em que mais cidadãos estão usando seus celulares como meio de comunicação em massa, especialmente para transferência de valores.

Dados recentes apontam um número crescente de golpes, sobretudo junto aos usuários do WhatsApp. Segundo uma pesquisa da Psafe, empresa especializada em cibersegurança, mais de 5 milhões de brasileiros tiveram a conta no aplicativo clonada somente no ano passado. Em Minas Gerais, o percentual de vítimas contabiliza exatas 494 pessoas prejudicadas, ostentando o 3º lugar no ranking, enquanto a liderança está com São Paulo (1,2 milhão) e Rio de Janeiro (721 mil).

Os criminosos estão abusando ao se aproveitarem da ingenuidade de muitos indivíduos que fazem uso dessa ferramenta. O especialista em segurança da informação, Waldo Gomes, rememora: o golpe da clonagem quase sempre rende ganhos para os marginais, pois eles conseguem obter fácil acesso aos contatos da vítima e dados das conversas armazenadas, como número do cartão de crédito, conta bancária, senhas ou sistema de empresas, que foram compartilhados com pessoas de confiança. De posse desse material, a concretização da fraude acontece.

Quem acompanha o noticiário policial percebe a voracidade da bandidagem. Eles, ao longo dessa última década, migraram em suas práticas. Se antes arrombavam caixas eletrônicos ou aplicavam o golpe da saidinha, agora, usurpam dados importantes de inocentes para amealharem valores. Mas o uso de aparelhos eletrônicos (celular e computador) fez crescer a indústria criminal também em outras ramificações igualmente danosas, inclusive no tangente à chantagem. Depois de escolherem as suas respectivas presas, eles forçam as vítimas a transferirem dinheiro para suas contas, sem a necessidade de irem até as agências bancárias. Enfim, as empresas de tecnologia, juntamente com a polícia, devidamente aparelhados por leis severas, precisam entrar em ação para combater essa enorme vereda de vantagens para os meliantes, uma vez que essa realidade deixa os clientes inseguros na hora de utilizar o WhatsApp com a finalidade de resolverem suas demandas cotidianas.

Atualmente, os bandidos se sentem mais confortáveis quando cometem suas atrocidades sem precisar invadir residências, às vezes, bem cercadas por seguranças. Clonar por meio de satélite ou aparelhos de terceiros, está sendo, lamentavelmente, uma proficuidade enorme para os fora da lei, que cada vez mais vão se sofisticando no sentido de facilitarem suas ações nessa prática de delitos do gênero. A sociedade e as autoridades estão na obrigação de discutirem este tema com propriedade, até mesmo para não perder o controle da situação.