Para os matemáticos da política brasileira, os arroubos do presidente Jair Bolsonaro vão entrar em uma espiral cada vez mais acentuada a partir da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reposicionou o ex-presidente Lula (PT) no cenário político.
Segundo os jornalistas da crônica política de Brasília, paulatinamente, Bolsonaro vai deixar de lado a ira contra o STF para bater de frente com a esquerda e é exatamente esse o trunfo do grupo petista. Eles almejam o confronto de ideias.
Em São Paulo, fala-se que uma das estratégias de Lula já está definida: chamar Bolsonaro para o centro da arena. O objetivo é suspender a política feita à base de redes sociais e se direcionar para a batalha tradicional, mediante propostas e debates diretos, se possível frente a frente.
Um vice mineiro
Semana passada surgiu uma informação que sacudiu os meios políticos. O ex-ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, hoje um abastado empresário, já estaria em contato com a classe produtora e industrial de São Paulo, evidenciando que o ex-presidente Lula é de plena confiança dos mercados em geral. Esse fato acabou gerando comentários paralelos de que o ex-ministro, amigo do petista, faria parte da lista dos prováveis nomes com potencial à vice-presidência em 2022.
Em Brasília, já se fala até mesmo em mudanças de plano. Agora, quem pode passar a ser um nome bem avaliado para fazer dobradinha numa possível reeleição de Bolsonaro seria o megaempresário Rubens Menin. Em Belo Horizonte, amigos de Menin sequer admitem a ideia de que seu nome está incluso nessa lista para um embate político/partidário, uma vez que seu tino empresarial demonstra ser sinônimo de sucesso. De qualquer maneira, o mineiro está na mira do Palácio do Planalto, no entanto, essa hipótese ficará hibernada para se deflagrar em momento mais oportuno.
Seja na capital federal ou em São Paulo, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), passou a ser opção para a política nacional. Consta que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, observa em seu filiado o nome ideal para representar a sigla na eleição majoritária. Por seu turno, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) comenta que aposta em Kalil para ser o seu vice, oferecendo até mesmo sua legenda para uma eventual filiação, caso não se sinta confortável no atual partido no qual faz parte.
No âmbito da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), percebe-se nitidamente a existência de uma bancada de parlamentares disposta a levantar a bandeira de Kalil no próximo ano, porém para o pleito pelo governo de Minas. Inclusive, já são escalados nomes para compor com ele a chapa, como o atual presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV), além do presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, atualmente filiado ao MDB.