A taxa de desemprego no Brasil no final de fevereiro aponta para um percentual próximo a 14%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, esse número pode galgar para o patamar de 17% até o fim de 2021, conforme dados fornecidos pelo Fórum Econômico Mundial (FEM). Em uma projeção, autoridades do FEM preveem que, até 2030, 85 milhões de vagas de trabalho serão extintas, mas, concomitantemente, serão criados 95 milhões de novos postos por conta do avanço da tecnologia, ou seja, o montante será positivo.
Deste modo, valerá então a disseminação dos estudiosos de que o mundo será reinventado pós-pandemia. É óbvio que poderá ocorrer muito ranger de dentes e cenas de desespero, pois não se trata de uma adequação fácil. Falando assim, até parece uma previsão bíblica, mas, indubitavelmente, estamos caminhando para uma nova era no que diz respeito à humanidade.
O ser humano desde Adão e Eva passou ser obrigado a buscar o seu próprio sustento. Só que nesses milhares de anos, o homem foi se sofisticando e a invenção do dinheiro o tornou, efetivamente, competitivo, concentrando o seu bem-estar e de sua família no resultado do esforço diário. Se a regra é trabalhar para garantir o futuro, enfim a própria sobrevivência das pessoas aduziu-se a uma vaidade de consumo exagerado.
Se para a vida seguir é necessário haver emprego, descrevo boas novas: segundo o FEM, no futuro, haverá a preservação do mercado de trabalho do designado primeiro emprego, notadamente em vagas no comércio, serviços, turismo e hotelaria, que geram renda e possibilidade das classes mais baixas conseguirem estudar para mudar de vida e ter uma ocupação melhor.
Ainda de acordo com os dados do relatório, teremos quatro grandes grupos de trabalhadores: essenciais, remotos, deslocados e redundantes. Os essenciais são os entregadores, enfermeiros, coletores de lixo, profissionais da saúde, de supermercados, da agricultura e da indústria. A segunda categoria é aquela que pode trabalhar remotamente e que terá a probabilidade de manter seus empregos. Os chamados deslocados são os que se afastaram das suas funções em curto prazo. E, além disso, caíram desproporcionalmente nos setores mais afetados pela pandemia, como comércio e serviços, hospitalidade, varejo e turismo. Os redundantes são os que terão a formação impactada pela transformação digital.
No entanto, nem tudo é positivo. A análise revela ainda a real possibilidade de funções desaparecerem em um futuro próximo, como é o caso de funcionários do serviço postal, representante de vendas e atacado, gerente de relacionamento, caixas de bancos e funcionários relacionados. Fora isso, o relatório revela que será necessária uma reciclagem para engenheiros de plataforma, cloud engineer, consultor de nuvem, coordenador de mídia digital, produtor de conteúdo, especialistas em inteligência artificial, cientistas de dados e etc.
As projeções futurísticas narradas aqui, ditas assim, são apenas números, mas na realidade, tudo isso pode representar exclusivamente um mero exercício de mentes pensantes, afinal, nenhum cientista, médico ou qualquer outro profissional foi capaz de prever tamanho flagelo chamado novo coronavírus.