A cada dia aumenta o número de jogadores de destaque no futebol brasileiro que saíram de Minas ou passaram por aqui e não tiveram bem avaliadas as suas qualidades para um futuro profissional vestindo as nossas gloriosas camisas.
É bem conhecido e já foi, por nós, bastante comentado o caso Bruno Henrique (foto), o craque do Flamengo e que, na temporada passada, foi considerado o melhor jogador da América, com justiça, por sinal.
Bruno Henrique jogava num time amador da capital mineira e o máximo que conseguiu foi uma curta passagem no Cruzeiro e depois Uberlândia. Praticamente ninguém tomou conhecimento dele. No Atlético, vindo da várzea, treinou e sumiu.
Na edição do Superesportes, do jornal Estado de Minas do dia 27 de setembro, em reportagem assinada pelo jornalista Roger Dias, é contada boa parte da carreira do Thiago Galhardo, mineiro de São João del-Rei, artilheiro do atual Campeonato Brasileiro, que brilha no Internacional de Porto Alegre. Ali há um trecho de uma reprovação de um teste no Atlético. Outros exemplos pipocam pelo Brasil afora e nunca chegam uma explicação razoável para tanta indiferença.
O time do Galo que começou a partida contra o Grêmio não tinhajogador de base que, antigamente, se chamava “prata da casa”.
Agora, olhem o Flamengo e o Grêmio para não ir muito longe. Quantas vitórias e quanto dinheiro arrecadaram nos últimos anos com suas revelações e elas continuam aparecendo.
O que temos visto em Minas são promoções precipitadas, sem a devida avaliação de jovens que deveriam ser trabalhados (ou não) nas divisões de base há muito mais tempo e chegam ao profissional como salvadores da pátria. Em seguida são emprestados e depois desaparecem. Triste sina.
Falta olho clínico, talento entre os treinadores e dirigentes que atuam no setor, quase todos ligados a empresários meia-boca. Antes não era assim. Grandes jogadores eram pinçados no futebol amador, no interior e nas divisões de base. A fonte não secou. Falta cobrança, vontade profissional e paciência. É muito fácil buscar atletas que disputam a Copa São Paulo e não acontece nada. Esta incompetência está nos custando caro.
*Emanuel Carneiro
Presidente da Rede Itatiaia de Rádio
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