O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), agora também responsável pela Secretaria Especial de Cultura, tem mantido uma rotina semanal de despachos com o presidente Jair Bolsonaro. Quem conhece bem os meandros de Brasília não tem dúvida do elevado grau de prestígio do ministro junto ao Palácio do Planalto.
Mineiro de Belo Horizonte, ele é o deputado federal que recebeu o maior número de votos, mais de 220 mil, no pleito passado. Agora, ele tem frequentado a capital mineira com mais afinco, além de diversas regiões do estado. Depois de turbulências no primeiro semestre, quando seu nome foi envolvido em possíveis irregularidades na campanha passada, Marcelo tem deixando claro que pretende se inteirar cada vez mais sobre o cotidiano dos acontecimentos mineiros.
Único de Minas
Recentemente, o deputado Diego Andrade (PSD) ressaltou a importância da presença de Marcelo em Brasília, por ser o único mineiro a ocupar uma pasta na atual administração.
O ministro, inclusive, passou a semana passada inteira em BH, por conta da “Semana Nacional do Turismo”, na qual aconteceram diversos eventos, dentre eles um encontro entre os ministros do turismo do Mercosul.
Na ocasião, amigos fizeram indagações relacionadas à política e levantaram a hipótese desse encontro ser uma sinalização de seu ingresso no círculo partidário no próximo ano. No entanto, o silêncio falou mais alto, mesmo porque, todos os nomes públicos evitam, neste momento, debater a sucessão de Belo Horizonte para ficarem longe de polêmicas com o atual prefeito Alexandre Kalil (PSD).
Contudo, quando o assunto eleitoral é transportado para 2022, o ministro abre o sorriso. Por trás disso, pode estar uma demonstração relacionada a uma possível aposta de Bolsonaro em seu nome para disputar um cargo majoritário daqui a 3 anos.
Em Brasília, os assessores do presidente não escondem a pretensão de exercer uma influência política em todos os estados e, neste caso, Minas Gerais é um lugar estratégico para seu próprio futuro político, incluindo nisso a criação de um novo partido e a eleição nas grandes cidades do estado. A ideia é expandir os tentáculos junto às lideranças municipalistas, especialmente, incluindo um apelo direto ao público jovem que está mais atento às redes sociais.
O Palácio do Planalto vai alimentar um debate ideológico mais intenso a partir do retorno do ex-presidente Lula (PT) à cena política nacional. “Vamos fechar a porteira para evitar que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) se sinta encorajada a retornar aos meandros políticos de BH e do próprio estado. Afinal, ela já amargou uma derrota na última eleição, mas, mesmo assim, com Lula por perto, tudo pode acontecer. O melhor mesmo é nos prepararmos para um embate”, confidencia uma fonte diretamente de Brasília.