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Brasil registra alta nas vendas de veículos eletrificados em 2025

Projeção é terminar o ano com mais de 200 mil unidades vendidas / Foto: Freepik.com

 

O acumulado do primeiro quadrimestre de 2025 nas vendas de veículos leves eletrificados no Brasil chegou a 54.683 unidades. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o volume representa um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período de 2024 (51.296). Na comparação com 2023, quando foram vendidas 19.579 unidades, o aumento chega a 180%.

Em abril, foram comercializadas 14.759 unidades, alta de 2,6% em relação a março. Em comparação com abril do ano passado, houve recuo de 2,9%. Segundo a ABVE, a retração é explicada pela quantidade maior de feriados prolongados e por mudança na metodologia de contagem nas vendas.

Os híbridos plug-in (PHEV) representaram mais da metade do mercado, com 7.913 unidades emplacadas. Em seguida, vieram os modelos 100% elétricos (BEV), com 4.702 unidades, e os híbridos convencionais (HEV e HEV Flex), com 2.144.

“A experiência superior proporcionada pelos veículos elétricos e híbridos recarregáveis está redefinindo o mercado automotivo brasileiro. Os modelos plug-in unem sofisticação, desempenho e economia, permitindo rodar no dia a dia por um quinto do custo dos combustíveis, sem necessidade de reabastecimento. Para muitas famílias, o alívio no orçamento é ainda maior quando se aproveita a energia gerada por painéis solares instalados em casa ou no trabalho. Soma-se a isso a qualidade dos materiais e a alta tecnologia embarcada, acima do padrão das montadoras tradicionais, a escolha por um PHEV se torna não apenas racional, mas praticamente incontestável”, explica Clemente Gauer, coordenador do GT de Segurança e membro do Conselho Diretor da ABVE.

Ele afirma que a variedade de tecnologias elétricas já faz parte da disputa competitiva no país. “BYD e GWM provaram que há demanda por BEVs acessíveis. Agora, a Stellantis incorpora modelos Leapmotor e a GM trará elétricos da Wuling, como o Spark EUV, acelerando o movimento. Isso indica que até 2026, praticamente todas as grandes marcas exibirão ao menos um modelo que se ‘liga na tomada’. A escala chinesa reduz os custos de pesquisa e desenvolvimento e derruba os preços da prateleira”.

“Com mais conteúdo local, blindamos o consumidor contra a variação cambial. Hoje, rodar 100 km custa entre R$ 12 e R$ 15 em eletricidade ou é gratuito com energia solar, contra R$ 35 a R$ 65 com etanol ou gasolina. Quando o cliente pode escolher entre desempenho, design e preço, o combustível deixa de ser o critério. O resultado é que a eletricidade se torna padrão, as famílias economizam e o país avança na descarbonização e na melhoria da saúde pública”, acrescenta.

A projeção da ABVE, segundo Gauer, é encerrar 2025 com 240 a 260 mil veículos eletrificados emplacados, quase o dobro de 2024. “O avanço dos PHEV Flex, que combinam etanol com propulsão elétrica, deverá sustentar parte desse volume, enquanto os BEVs voltam a ganhar tração com a chegada de modelos mais acessíveis. Esse mix mais amplo, somado à nacionalização de alguns modelos, deve colocar o preço de entrada abaixo de R$ 110 mil já no segundo semestre. Com isso, esperamos que o custo operacional mais favorável, hoje na casa de R$ 12 por 100 km para os PHEVs e EVs, se torne o principal motor de escolha por um 100% elétrico ou plug-in, reforçando a tendência de crescimento em 2026”.

 

Mais eficiência e menos impacto ambiental

O especialista em economia circular, Edson Grandisoli, destaca que um dos principais argumentos a favor da mobilidade elétrica é a eliminação das emissões de poluentes, o que contribui para melhorar a qualidade do ar e reduzir a pegada de carbono. “Há também benefícios na redução da poluição sonora e no menor custo de manutenção, já que os motores elétricos são mais simples que os a combustão. Além disso, sua eficiência pode chegar a 90%, enquanto motores a combustão operam, em média, com 30%”.

Grandisoli avalia que diante da crescente preocupação com as mudanças climáticas, o mercado de veículos elétricos deve continuar se expandindo, impulsionado por avanços tecnológicos, políticas públicas e investimentos em infraestrutura de recarga. “A colaboração entre empresas e governos pode acelerar esse processo, tornando os veículos elétricos mais acessíveis e viáveis para a população”.