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O Papa é Pop ou Bet

O mundo parou esta semana para reverenciar a passagem do Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, há 88 anos. Foi o 266º Papa da Igreja Católica, Bispo de Roma, Soberano da Cidade do Vaticano e um dos mais importantes na condução da Igreja nos conflitos e na defesa dos oprimidos. Francisco foi eleito após cinco votações e não figurava entre os favoritos. Falando fluentemente 8 idiomas, o Papa Francisco teve papel importante na mediação entre nações e nas questões dos direitos humanos.

Quando o argentino ascendeu ao cargo pediu ajuda aos fiéis, em forma de orações, em sua missão de dirigir os rumos da Igreja que se encontrava em crise. Casos de corrupção no Vaticano e atos de abuso sexual de crianças por clérigos – padres, freiras e membros de ordens religiosas ocorriam em todos os cantos do mundo. Francisco denunciou e apurou esses casos, organizou as contas do Vaticano e resolveu abrir as portas da Igreja para todos e todas. Aceitou que a união entre pessoas do mesmo sexo fosse abençoada, mas sem o casamento, e voltou os olhos para a situação da Ásia, que perdia fiéis para setores evangélicos e acordos com governo corruptos.

Foi o Papa das ruas em sentido literal. Saía a pé pelas ruas estreitas de Roma e atendia os humilhados. Ficava sabendo de casos de desesperados e fazia ligações telefônicas para conversar com as pessoas. Muitos pensavam que eram trotes. Não fazia distinção de classes sociais, todos recebiam suas bênçãos. Como desportista e torcedor apaixonado do clube San Lorenzo da Argentina, acabou recebendo e autografando camisas de centenas de clubes pelo mundo afora.

Recebeu atletas campeões da Champions e também abençoou camisas de Cruzeiro, Atlético e América. Tinha muito senso de humor. Disse certa vez que fazia uma oração diária para que sempre se mantivesse bem humorado. Seu tom conciliador aparecia sempre quando casais pediam sua benção. A primeira coisa que perguntava era: “Vocês brigaram? Se brigaram façam as pazes logo. Uma guerra tem que ser resolvida no primeiro dia. Depois disso fica mais complicado”.

De uma outra vez, na Praça São Pedro, atendeu uma pessoa que gritava a todos os pulmões para que ele abençoasse o povo brasileiro. Rindo voltou e disse que o Brasil não tinha salvação, “é muita cachaça e pouca oração”, e abençoou quem pediu. Mas agora é pensar em seu legado. Continuidade que só pode ser decidida pelo conclave. A exemplo também do futebol, a escolha do sucessor está movimentando as bolsas de apostas. Uma espécie de Papa Bet, dos 135 cardeais que terão direito a voto, 80% foram nomeados por Francisco. Ou seja, o Papa é o papa do conclave. Só mesmo se pintar uma grande zebra. Para evitar qualquer dúvida, os portões estarão fechados e os olfatos aguçados contra o cheiro de enxofre. Esse pessoal é assim, não pode dar uma brecha que eles aprontam. Já circulam na internet fotos do venezuelano Guaidó fantasiado de cardeal.

Pitaco 1: Todo mundo aproveitou e lamentou a passagem do Papa para publicar uma imagem de um encontro com ele. Menos o Bolsonaro. Será que ele não tem nenhuma foto, nenhuma montagem?

Pitaco 2: A imprensa aproveitou e colheu depoimentos de diversos chefes de segmentos religiosos. Teve de tudo. Ortodoxos, umbandistas, judeus, não vi o do Silas Malafaia.