
Os preços na Páscoa de 2025 estão mais caros e os chocolates em barra e bombons acumulam uma elevação de 16,53% em doze meses, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em Belo Horizonte, conforme o site Mercado Mineiro, os ovos de Páscoa registraram aumento de até 53% no valor. Já as barras de chocolate estão pelo menos 40% mais caras, e as caixas de bombons subiram 20% em comparação ao ano passado.
“Temos aumentos bem superiores à inflação. Por exemplo, uma barra de chocolate de 80 gramas, que custava R$ 5,19, subiu para R$ 7,27. Os motivos para esses aumentos são a redução mundial na safra de cacau, principal ingrediente do chocolate. Somado a isso, tivemos um custo mais alto do açúcar no ano passado e também no transporte”, explica o diretor do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.
Ele esclarece que outro fenômeno que vem acontecendo com os ovos de Páscoa é a reduflação, em que a pessoa paga mais caro por um produto em menor quantidade. “De certa forma, o consumidor acaba comprando gato por lebre, achando que vai fazer a mesma fartura que em anos anteriores, mas, na verdade, está comprando é embalagem”.
Menos ovos em 2025
A expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) é que sejam produzidos 45 milhões de ovos para a Páscoa 2025, uma redução de 22% em relação ao ano passado, quando foram fabricadas 58 milhões de unidades. Por meio de nota enviada ao Edição do Brasil, fatores como a redução na produção de cacau na Costa do Marfim e em Gana, dois dos maiores produtores mundiais, foram provocados pelo El Niño. “Isso elevou o preço da tonelada de US$ 2,5 mil para US$ 8 mil e gerou um déficit de 700 mil toneladas no mercado”.
Ainda de acordo com a Abicab, “a indústria absorveu o maior impacto dessa alta de preços e lançou, para a Páscoa de 2025, 803 itens, 192 a mais do que em 2024. Além de novas gramaturas, composições com castanhas, pistache, amendoim e frutas, tamanhos diversos acompanham as preferências dos brasileiros, que sempre buscam novidades”.
Segundo a Associação, foram feitas 10 mil contratações temporárias para esta Páscoa, contra 7 mil no ano passado. “Empacotadores, promotores de vendas, motoristas para transporte dos produtos em caminhão refrigerado. Desse total de trabalhadores, pelo menos 20% se tornam efetivos, com carteira de trabalho assinada. É a oportunidade para ingressar em uma carreira que prevê ascensão social”.
Peixes
Ainda de acordo com o Mercado Mineiro, em Belo Horizonte, o consumidor deve pagar mais caro por alguns peixes. O preço médio do bacalhau Saithe, que era de R$ 73,50 em 2024, passou para R$ 85,05 o quilo, uma alta de 15,72%. O bacalhau Cod apresentou um acréscimo de 8%. Em relação à variação de preços entre estabelecimentos, os preços de todos os tipos de bacalhau estão acima dos 100%. Segundo Abreu, um dos motivos para a grande diferença é a menor concorrência do setor em BH. “Também, por ser importado, o bacalhau sofreu muito com o aumento do dólar”.
O preço médio do quilo da corvina e da tainha subiram 4% cada. Por outro lado, filé de surubim (-13,75%), sardinha (-14%), surubim em posta (-7,57%) e cascudo (-3%) apresentaram queda.
Já o camarão sete-barbas grande, que custava, em média, R$ 63,79, subiu para R$ 89,81, um aumento de 40,79%. O camarão rosa limpo e o camarão sete-barbas pequeno subiram 13,74% e 13,37%, respectivamente.
Para economizar nos peixes, a orientação do diretor do Mercado Mineiro é comprá-los um final de semana antes da Sexta-feira da Paixão, para conseguir um produto de boa qualidade e com um melhor preço.
“Porque os preços já estarão formados. Por exemplo, o ovo de Páscoa chega ao estabelecimento com um preço. Devido à concorrência e à quantidade no estoque, os preços acabam sendo alterados. A principal estratégia do consumidor para economizar nessa época do ano, sem perder as tradições, é pesquisar”, finaliza.