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Audiência debate segurança para cafeicultores mineiros

Produtores e políticos compareceram à ALMG / Foto: Willian Dias-ALMG

 

A prevenção de crimes no campo, tendo como vítimas produtores de café, foi tema de audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O temor é que os crimes ocorram com mais frequência devido ao alto preço do produto, que pode chegar a R$ 3 mil por saca de 60 kg.

Prefeitos, vereadores, representantes de sindicatos e produtores rurais expressaram preocupação, pois, em muitas cidades, não há efetivo suficiente das forças de segurança. O cafeicultor Alisson Bueno Rossi lembrou que a sensação de insegurança ocorre durante todo o ano. “Nós somos roubados o ano inteiro, já que a atividade requer uma infraestrutura cara”.

O autor do requerimento, deputado Professor Cleiton (PV), destacou que a audiência pública serviu para entender melhor a situação das forças de segurança e dos produtores. “Temos uma cultura no Brasil de apagar o incêndio quando ele já se alastrou. O que fizemos foi uma prevenção. É um problema sério, porque temos um efetivo baixo, mas também serviu para cobrarmos do Estado aquilo que pode mitigar e resolver a situação, reduzindo danos. Trata-se do investimento em tecnologia e inteligência, tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil, para monitorar as movimentações do crime organizado”.

Ações de prevenção foram apresentadas, entre elas o “Projeto Campo Seguro”, da Polícia Civil. Segundo o órgão, já foram criadas 11 delegacias especializadas em repressão a crimes rurais no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Sul de Minas. Outras quatro unidades devem ser implantadas no Sul do Estado, e está sendo estudada a ampliação do projeto para a Zona da Mata. Já por parte da Polícia Militar, além da Patrulha Rural, será lançado, ainda em março, um novo programa voltado para a segurança no campo.

“Um eixo será o fortalecimento do policiamento de presença no meio rural, fundamentado em critérios técnicos, verificando informações como, por exemplo, a safra agrícola, questões populacionais e demandas criminais em todos os municípios mineiros. O segundo eixo envolve operações de combate ao crime organizado e desarticulação de quadrilhas que atuam no meio rural, realizadas pela PM e outros órgãos do sistema de segurança pública de Minas Gerais. E o terceiro é voltado à integração, à manutenção de uma rede entre a corporação e todos aqueles que fazem parte da comunidade rural, sejam produtores, empreendedores ou moradores. Haverá um ciclo de encontros para captar as demandas e discutir soluções”, explicou o diretor de operações da corporação, Coronel Ralfe Veiga de Oliveira.

Em entrevista ao Edição do Brasil, o presidente da Comissão, deputado Sargento Rodrigues (PL), lembrou que, para garantir melhorias na segurança pública, é necessário maior investimento por parte do Governo do Estado. “Não há investimentos em segurança pública, equipamentos, tecnologia e na contratação de profissionais. Esses são os pontos principais para que possamos oferecer a quem veio à audiência pública uma melhor capacidade de resposta das forças policiais”.

“Se não fossem as emendas da bancada mineira no Senado e da Câmara dos Deputados e dos parlamentares da ALMG, a situação da segurança pública estaria ainda pior. O governo sempre utiliza o discurso de que não tem condições de fazer investimentos porque está comprometido com a folha salarial e, ao mesmo tempo, tem uma dívida enorme com a União. Ainda não entendemos por que o governador não aderiu ao Propag, que daria fôlego financeiro e, consequentemente, condições para que o governo pudesse atuar, realizando concursos públicos e investindo em equipamentos de tecnologia que podem melhorar significativamente a segurança dos nossos cafeicultores e do produtor rural de forma geral”, questionou Professor Cleiton.