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BH apresenta queda na variação de aluguéis residenciais em janeiro

Já o índice nacional registrou alta de 3,73% / Foto: Rovena Rosa-Agência Brasil

 

Belo Horizonte foi a única capital pesquisada que apresentou queda no Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), passando de 1,20% em dezembro para -0,75% em janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). Nesse período, o IVAR registrou altas em três das quatro capitais brasileiras.

Em Porto Alegre, o movimento do indicador foi de crescimento acentuado dos preços em relação ao mês anterior, com o índice saindo de 1,52% em dezembro para 5,97% em janeiro. Já em São Paulo, o IVAR saiu de -2,07% em dezembro para 4,28% em janeiro. E no Rio de Janeiro, o número passou de -5,90% para uma alta de 2,52%.

Já a taxa interanual do aluguel residencial apresentou aceleração em duas das quatro cidades analisadas. No Rio de Janeiro, o índice saiu de 6,16% em dezembro para 7,45% em janeiro. Em São Paulo, no mesmo período, a variação passou de 5,52% para 6,15%, indicando uma aceleração no ritmo de crescimento dos preços de aluguéis residenciais nesta região.

Em Belo Horizonte, houve registro de desaceleração no indicador, onde a taxa acumulada em 12 meses passou de 10,71% para 10,05%. Porto Alegre foi a capital com maior registro de desaceleração, dentre as divulgadas, com o índice saindo de 12,64% em dezembro para 8,65% em janeiro de 2025.

Para o doutor em economia, Wallace Marcelino Pereira, se analisarmos a trajetória da evolução dos preços dos aluguéis no acumulado em 12 meses, desde setembro de 2020, podemos perceber que a capital mineira sempre esteve entre as cidades com maior variação. “Essa queda de 1,20% para -0,75% pode ser apenas pontual, sendo preciso avaliar se o declínio ocorrerá ao longo de 2025. Caso a redução persista, poderemos dizer que Belo Horizonte está melhor para morar de aluguel, mas até o momento, é precipitado fazer essa afirmação”.

 

Nacional

O IVAR apresentou alta de 3,73%, no mês de janeiro de 2025. O resultado reverteu o movimento registrado em dezembro (-1,28%), que contribuiu para reduzir a variação acumulada em 12 meses para 7,99% neste mês, visto que no mesmo período do ano anterior, os preços registraram alta de 4,34%.

A variação acumulada em 12 meses, representou uma taxa 0,64 ponto percentual menor em relação aos 8,63% reportados em dezembro de 2024. O economista do FGV IBRE, Matheus Dias, afirma que os registros mostram que o mês de janeiro costuma apresentar um forte movimento de sazonalidade. “Com maior volume de reajustes de aluguéis residenciais sendo realizados nessa época do ano, o que explica, em parte, a alta apresentada no índice”.

“Adicionalmente, temos ainda a manutenção das condições de crédito em patamares restritivos – atualmente, a taxa média de juros de financiamento imobiliário está em torno de 11% ao ano, o que ajuda a entender o porquê da preferência das pessoas por aluguel residencial”, acrescenta o economista, por meio de nota.

Para Pereira, com a alteração das mudanças no financiamento imobiliário, que inclui a exigência de maior valor de entrada para o financiamento e a elevação dos juros, espera-se que os preços dos aluguéis residenciais apresentem leve aumento para os próximos meses. “Isso porque, parcelas da população vão preferir esperar por novas oportunidades de compra no futuro, o que aumenta a demanda por imóveis alugados”.

 

Impacto

O doutor destaca ainda que o aumento dos preços de aluguéis, que se reflete no índice, pressiona a inflação para cima. “Como resultado, o custo de vida torna-se mais elevado e as famílias tendem a consumir menos para fazer poupança frente a essa tendência de elevação. E a depender da evolução do impacto nos preços gerais da economia, o Banco Central terá que manter o ciclo de alta da taxa Selic”.

Já na questão da acessibilidade à moradia para as classes sociais mais baixas, ele observa que embora o governo federal disponha do “Minha Casa, Minha Vida”, o aumento dos preços dos aluguéis retira parte considerável da renda dessas famílias que ainda não entraram no programa. “Ou seja, os mais vulneráveis perdem parte da renda que poderia ser poupada e usada como entrada para o financiamento da casa própria. Portanto, ambas parcelas da sociedade terão dificuldades de acessibilidade à moradia própria”, finaliza.