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Plantio de maçã é uma alternativa para a agricultura no Sul de Minas

Colheita da primeira safra somou 30 toneladas da fruta – Foto: Divulgação/Emater-MG

Para diversificar a produção agrícola e garantir renda aos agricultores, as cidades de Alfenas, Guaxupé, Monte Santo de Minas, Guaranésia e Aerado, no Sul de Minas, conhecidas como produtoras de café, estão fazendo parte de um projeto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) de plantio de maçã. Os produtores participantes finalizaram a colheita da primeira safra, que somou 30 toneladas da fruta.

Ao todo, foram plantados 1,5 mil pés de maçã em uma área de aproximadamente dois hectares. Em Alfenas e Guaxupé, as duas propriedades participantes também servem de Unidades Demonstrativas, recebendo visitas de outros produtores da região interessados em conhecer a cultura e suas técnicas de manejo.

O projeto teve início em 2023, e promove a compra conjunta de mudas e garante assistência técnica aos agricultores, desde a escolha da área de plantio até o manejo das árvores. As variedades cultivadas, Eva e Princesa, foram desenvolvidas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), e a produção inicial aponta potencial para atender programas institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A proposta busca abastecer o mercado regional, com o fornecimento de frutas frescas.

O coordenador técnico da Emater-MG e responsável pelo projeto, Kleso Franco Júnior, explica que a produção de maçã exige dedicação e acompanhamento técnico. “No primeiro ano de colheita, algumas plantas chegaram a produzir 15 quilos de frutos por pé, o que é muito significativo para uma cultura ainda em fase de teste nas propriedades dos agricultores”.

Ele destaca ainda que a ideia surgiu com a proposta de desenvolver a cultura no Estado como forma de mais uma possibilidade de renda e emprego. “Está sendo transmitida aos produtores a possibilidade de mais uma cultura como opção, pois as condições climáticas na região são boas, desde que utilizando técnicas e variedades adequadas”.

Diversificação

Em Guaranésia, o cafeicultor Luís Celso Pedroso diversificou sua propriedade com maçã, pêssego e uva, em uma pequena área de 0,5 hectare. Segundo ele, a ideia é testar qual a fruta melhor se adapta ao local.

“A área que tenho é pequena para o plantio de milho e soja. E também muito sujeita a geadas, o que não é bom para o café. Então, estou fazendo estes testes e a experiência com a maçã tem sido boa. A primeira colheita de maçã rendeu 170 quilos e foi vendida para um feirante do município”, afirma o produtor.

Em Areado, a Emater fez uma parceria com a prefeitura, que forneceu mudas e insumos para 20 produtores em 2023. “Lá não ficamos focados somente na maçã. Também está sendo incentivado o plantio de goiaba, maracujá, citros, banana e outras frutas”, pontua Kleso Franco Júnior.

Os resultados mostram que a maçã pode ser uma alternativa viável no Sul de Minas, proporcionando maior rentabilidade aos pequenos produtores. A expectativa é ampliar o alcance em 2025, beneficiando outros 20 agricultores e expandindo a área plantada.

Números

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui mais de 32 mil hectares cultivados com pomares de macieira, com capacidade anual superior a 1,3 milhão de toneladas. São mais de três mil produtores, sendo que a maioria está localizada no Estado de Santa Catarina por meio de pequenos produtores. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), em 2022, o país foi o segundo maior produtor da fruta de todo o hemisfério Sul, e o 15º principal produtor em nível mundial.

Em 2023, conforme a ABPM, o Brasil exportou mais de US$ 30 milhões em maçãs, cerca de 36 mil toneladas. Os principais importadores foram Índia (US$ 11.929.258), Bangladesh (US$ 5.280.245), Emirados Árabes (US$ 2.876.274), Portugal (US$ 2.730.715) e Irlanda (US$ 2.146.688). O Rio Grande do Sul é o principal Estado exportador, que detém cerca de 80% das exportações.