Tem uma história de um sertanejo adolescente que participava de uma roda de conversa no curral da fazenda. Sugeriram que ele seria o único capaz de domar o cavalo xucro. Sem medir consequências, o aprendiz de “peão” montou o animal e em questão de segundos foi jogado ao solo. Irritado, indagou para os membros da plateia: quem falou da minha competência para me dar bem nessa proeza? Obviamente, ninguém tinha motivos para responder ao indignando e frustrado homem.
Nesse episódio houve um misto de improvisação e incompetência, em proporção semelhante à falta de compreensão por parte dos dirigentes do Atlético. Agora administrado por uma SAF, o Galo estaria mirando apenas nos resultados financeiros, não sendo capaz de perceber a importância de preparar um time mais homogêneo com chances de ser competitivo na proporção aos demais clubes participantes da primeira divisão do cenário esportivo brasileiro. Essa volúpia pelas cifras levou o time a derrotas sequentes, culminando com a eliminação na Copa Libertadores.
Segundo se propala nos bastidores, o Clube Atlético Mineiro tem uma reconhecida estrutura de planejamento de crescimento empresarial, com foco apenas na arrecadação. O gerenciamento do futebol fica em segundo plano, o que levou a várias derrotas no Campeonato Brasileiro, atuação pífia e resultado negativo na Copa Brasil, além da malfadada atuação no evento de Buenos Aires. Certamente, a frustração perante os torcedores ainda vai demorar alguns meses para ser digerida.
Para desportistas mais destacados da atualidade, o elenco do clube de agora em nada lembra os momentos gloriosos, quando consagrou nomes como Eder Aleixo, Toninho Cerezo e Reinaldo. Tudo isso deve ser respeitado, pois quem mantém o clube de pé são os torcedores, que debaixo de chuva ou de sol, lotam os estádios e incentivam os atletas.
Se o Galo for transformado apenas uma máquina de “fabricar” dinheiro, deixará de levar brilho e alegria aos milhares de torcedores. Os atuais dirigentes precisam tomar iniciativas urgentes para reverter o cenário negativo, através de gerenciamento do departamento de futebol. Manter alguém neste posto apenas para dizer sim aos financiadores da instituição não irá resolver o problema.
O centenário Galo não merece tanta falta de planejamento, afinal, o maior patrimônio é o seu passado, sua história e seu respeito advindo do protagonismo das massas, elencando um clube destacado por títulos conquistados ao logo de décadas. Que essa onda de frustração seja apenas passageira.