Minas Gerais tem se destacado como um dos principais destinos para o turismo corporativo no Brasil, atraindo eventos, congressos e convenções que movimentam a economia local e geram novas oportunidades de negócios. Segundo pesquisa da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), ficou evidenciado que, atualmente, 56,3% das viagens corporativas dentro de Minas Gerais tem sido para algum tipo de capacitação; 23% para participar de reuniões e 19,5% para visitar feiras de negócios.
Ainda segundo o levantamento, no tempo livre dessas viagens, que duram cerca de três dias, 27% dos mineiros gostam de ir a restaurantes, 25% preferem conhecer pontos turísticos, 18% aproveitam para comprar produtos locais, 16% vão a shoppings e apenas 13% ficam no hotel. Em média, os gastos próprios com essas atividades giram em torno de R$ 500.
Outro estudo, realizado pela agência digital de viagens corporativas Voll, aponta que Belo Horizonte é o 3º destino mais procurado no turismo corporativo do Brasil. A qualidade da malha aérea e o baixo custo de hospedagem estão entre os principais fatores que podem ter contribuído para o bom desempenho da capital mineira no ranking. A cidade só fica atrás de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Para a economista Marcela Andrade, com uma infraestrutura cada vez mais robusta e uma oferta diversificada, Minas Gerais se destaca como um destino estratégico para eventos de negócios. “O turismo corporativo representa uma quantidade significativa do fluxo turístico no Estado, contribuindo com milhões de reais para a economia local. As empresas que organizam eventos, feiras e congressos se beneficiam diretamente dos serviços oferecidos por hotéis, restaurantes, transportadoras e empresas de tecnologia, criando um efeito multiplicador na economia e gerando empregos”.
“Com a demanda crescente por serviços relacionados a eventos, há um incentivo ao empreendedorismo local, além disso, eventos corporativos promovem a troca de experiências e conhecimento entre profissionais de diversas áreas, fomentando a inovação e a criação de redes de contato que podem resultar em futuras parcerias e investimentos, isso não apenas aumenta o fluxo de turistas, mas também fortalece a imagem do Estado como um polo de conhecimento e inovação”.
Ela diz que o fato de o Estado oferecer uma rica gama de atrações turísticas, o torna um diferencial para os eventos corporativos. “As experiências que unem trabalho e lazer têm atraído empresas que buscam integrar seus colaboradores em um ambiente mais descontraído, e a valorização da gastronomia local e a riqueza cultural contribuem para que turistas de dentro de Minas ou de outros estados gastem dinheiro no momento livre que tiverem durante a estadia”.
O especialista em turismo, Frederico da Costa, explica que apesar do crescimento, o setor enfrenta desafios, como a sazonalidade dos eventos e a necessidade de aprimoramento contínuo da infraestrutura. “Embora tenha havido investimentos, ainda há áreas em que a infraestrutura pode ser melhorada, como transporte público, conectividade digital e acessibilidade em centros de convenções. No caso de BH, pelo fato de o aeroporto internacional ficar em Confins, local que fica afastado do Centro da cidade, também pode ser um ponto negativo para muitos”.
“No entanto, as perspectivas são otimistas. Com investimentos em capacitação e na promoção de Minas Gerais como um destino de excelência para negócios, o turismo corporativo promete continuar a fortalecer a cadeia produtiva do estado”, conclui.
Brasil
Nos sete primeiros meses deste ano, o setor de turismo corporativo já faturou R$ 7,963 bilhões. Neste período, o destaque ficou por conta do serviço rodoviário, contabilizando R$ 32 milhões. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), o segmento no país deve fechar 2024 com um faturamento de cerca de R$ 15 bilhões, valor 10% maior que o arrecadado em 2023.