Uma das profissões mais polêmicas no Brasil e no mundo, especialmente na Europa, é a de juiz de futebol. Ao longo dos anos, as críticas contra a transparência de muitas partidas têm aumentado, sugerindo a falta de seriedade na atuação dos homens do apito. Pessoas com notável participação nesse universo esportivo, como é o caso do jornalista Sérgio Moreira, são céticas quanto a uma determinação oficial visando regulamentar a aludida profissão, por uma série de interesses escusos, a começar pela própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Para Moreira, a CBF não sinalizou qualquer esforço para dar andamento ao Projeto de Lei (PL) 864/2019, paralisado no Senado Federal, cujo objetivo é investigar, através de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), possíveis manipulações de resultados de muitas partidas, em diferentes campeonatos pelo país. Outro item constante no bojo do PL é sobre o vínculo empregatício entre árbitros e federações esportivas.
Certamente, a utilização da tecnologia para garantir o resultado de uma partida vem facilitando a vida dos árbitros. Quando encontram dificuldades na tomada de decisão, podem contar com o auxílio do VAR, cuja ferramenta diminui a importância da presença dos bandeirinhas nos certames esportivos. Atualmente, a CBF autoriza o pagamento médio de R$ 5 mil por partida comandada pelos seus designados.
Enquanto não encontram uma solução, cresce o volume de críticas por parte de torcedores e até mesmo de membros da crônica esportiva contra as decisões dos dirigentes e dos próprios árbitros durante os jogos. Existe uma sugestão que propõe a criação de regulamento próprio, com os direitos e deveres dos homens do apito. Ao incrementar essas regras básicas, pode-se, a posterior, cobrar do profissional, quando, por exemplo, acontecer um erro grave, ampliando o caminho para até mesmo anular uma partida com menos burocracia.
Uma das indagações feitas por leigos, por exemplo, questiona o uso excessivo de cartões. Mas, se no passado, havia um glamour no futebol brasileiro, agora, tudo é monetizado e quem efetivamente dá as cartas nos bastidores são os empresários dos jogadores, que agem quase sempre mancomunados com os patrocinadores. O tema é polêmico, mas carece ser debatido com mais ênfase para chegar a um denominador comum.