De acordo com um levantamento realizado pela Associação Mineira de Hotéis de Lazer (Amihla), em 2024, durante as férias de julho, a taxa média de ocupação dos hotéis registrou uma média de 88%, sendo a maior desde o início da pandemia de COVID-19. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a alta é de 12%.
O presidente da Amihla, Alexandre Santos, explica que movimentos realizados pelo poder público na divulgação do Estado e o investimento da iniciativa privada na construção de novos empreendimentos turísticos contribuíram para o crescimento do setor. “Isso reverbera também na hotelaria diretamente, que é a base do turismo em qualquer região. Após uma demanda reprimida da pandemia, acreditávamos que houvesse um recuo, o que não aconteceu. A alta do dólar também pode estar contribuindo para essa alta demanda, pois acaba desmotivando as viagens internacionais”.
Santos revela que apesar do bom momento do setor, alguns empreendimentos ainda não se recuperaram dos prejuízos causados pela pandemia. “Os grandes hotéis que foram contemplados pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e isenções tributárias, tiveram um maior fôlego para realizar grandes investimentos, como novos atrativos, parques aquáticos, reformas, novos restaurantes e marketing, mas ainda estão no processo de recuperação”.
“Já os pequenos, estão em uma velocidade menor porque não houve acesso a esses benefícios, porque estão no Simples Nacional e tiveram menos fôlego. Em alguns empreendimentos, além do fechamento causado pela pandemia, também houve interdição por estar em áreas de barragem de mineração. A estimativa é que leve entre seis a sete anos para recuperar os prejuízos acumulados em dois anos. Mas acreditamos muito no potencial turístico de Minas para recuperar toda a nossa cadeia produtiva”, acrescenta.
Ainda de acordo com Santos, os principais destinos dos turistas foram as cidades históricas e as cidades de Três Marias e Capitólio. “Temos visto um movimento voltado para os resorts como atrativos de destino final. Eles têm entregado uma estrutura de lazer e opções festivas e gastronômicas consideráveis. Belo Horizonte também vem se consolidando como um destino turístico”.
Ele comenta que apesar do bom momento do setor, ainda é necessário investimento por parte do poder público para que mais visitantes conheçam Minas Gerais. “Os empreendedores têm feito diversos investimentos nas estruturas e também na publicidade dos seus atrativos. Temos que reconhecer que o Governo de Minas fez um trabalho muito relevante nos últimos anos”.
“Mas o poder público em geral precisa nos ajudar, ofertando voos mais atrativos e fazendo melhorias nas rodovias estaduais e federais. Vale lembrar que a indústria do turismo nunca superou 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em países desenvolvidos, a média é 18 a 19% do PIB. O Brasil é o país com o maior potencial turístico do mundo por causa das belezas naturais, culturais e da gastronomia”, complementa.
Férias de verão
Para o segundo semestre, com poucos feriados prolongados, o presidente da Amihla lembra que o movimento nos hotéis tende a ser mais fraco. “Já para as férias de verão, que são a alta temporada para a hotelaria de lazer em Minas, a expectativa é que mais pessoas possam viajar. Essa é uma tendência que a gente sabe que não tem como ser diferente”, conclui.
Setor em alta
De acordo com o relatório do Observatório do Turismo de Minas Gerais, realizado a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre maio de 2023 e maio de 2024, o estado registrou um crescimento de 11,8%. Segundo o relatório, mais postos de trabalho foram criados. Dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que até o mês de maio, eram 405.425 empregados formais no turismo em Minas, alta de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior.