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Mobilidade entre BH e Nova Lima

Apartamentos vendidos pelo preço de até R$ 12 milhões e outros imóveis por valores mais módicos. As áreas nobres em Nova Lima rapidamente vão sendo ocupadas por condomínios, prédios de luxos, às vezes com mais de 25 andares, ocasionado impacto no meio ambiente e estabelecendo o verdadeiro caos no trânsito da região fronteiriça com Belo Horizonte. Certamente, nos bairros Vila da Serra, Vale do Sereno e Vale dos Cristais estão concentrados os metros quadrados mais caros de Minas Gerais.

Circular nas vias de acesso à capital mineira e vice- -versa, em horários de pico, é um verdadeiro desatino, deixando pessoas e motoristas completamente desnorteados, diante de longas filas formadas para quem almeja se deslocar, especialmente no início da manhã ou no final de tarde, em todos os dias da semana.

Mas como tudo tem o seu preço, ocorrem reclamações e ponderações de associações de moradores, especialmente os defensores do meio ambiente e da natureza em geral. Vale dizer sobre a necessidade permanente de se preservar o mínimo dos aspectos positivos da natureza.

O presidente do Vale da Mutuca, Pedro Lima, destaca a importância de defender a fauna local, pois em toda a região existem matas preservadas. Ele tenta convencer os moradores dos condomínios horizontais a não construírem muros, pois isso prejudica a passagem de animais, além de obstruir a conectividade do corredor ecológico. Contudo, nem sempre esses apelos são atendidos. Alguns residentes comentam que vão desmatar e deixar o terreno completamente livre. Inclusive, existem ações judiciais para fazer valer os intentos desses descomprometidos com a natureza.

A expansão imobiliária de Nova Lima, em bairros limítrofes a BH, remonta à década passada, mas a falta de ordenamento jurídico com o objetivo de impor regras claras, terminou elevando esse tema para uma verdadeira celeuma. Agora, o impacto na mobilidade incomoda a milhares de moradores das suas cidades. Quem tem lucrado com essa situação são as construtoras. Embora os lucros sejam contabilizados pelas empresas atinentes ao segmento da construção civil, agora a contenda passou a ser do poder público.

Para minimizar as dificuldades acostadas no erário público, tanto dos municípios como do Estado, será necessária a implementação de procedimentos para facilitar a vida de quem precisa circular ou residir no entorno do quadrilátero. Vale dizer que primeiro criaram a demanda, para depois repassar a responsabilidade às instâncias governamentais. É sempre assim.