Câncer que recentemente vitimou o ex-jogador de vôlei Pampa, o linfoma de Hodgkin afeta o sistema linfático. De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a patologia deve registrar cerca de 3.080 casos por ano durante o triênio 2023-2025. A doença pode ocorrer em qualquer idade, porém, geralmente acomete o sexo masculino entre 15 e 40 anos.
A hematologista Virgínia Guerra Moreira, explica que o linfoma de Hodgkin acomete os linfócitos, uma das principais células de defesa do organismo. “Dividimos em dois tipos: o que possui as células de Reed- -Sternberg, que são os linfócitos B anormais. Já em sua forma clássica, temos quatro subtipos, que diferem basicamente na tipagem de células e seu modo de aparecimento. O exame de imunohistoquímica da biópsia é realizado para diferenciar os subtipos do linfoma de Hodgkin”.
Virgínia salienta que o tipo de linfoma é mais comum em pessoas do sexo masculino entre 15 a 40 anos e que a infecção prévia a outros vírus como o HIV, é um fator de risco. “A exposição a outros vírus como o HLTV, Epstein-Barr e mononucleose podem contribuir”.
Os principais sintomas de um linfoma são o aumento dos gânglios linfáticos sem dor (nódulos que geralmente são notados na região do pescoço, virilhas ou axilas), acompanhado por febre, emagrecimento e sudorese noturna. “Para poder diagnosticar, fazemos exames de sangue e imagem para avaliar se há aumento nos linfonodos ou massas torácicas e abdominais. A confirmação é feita a partir da biópsia dessa massa ou linfonodo”, esclarece a hematologista.
Ela reforça que a quimioterapia, imunoterapia e radioterapia, são utilizadas para o tratamento da doença. “Às vezes, mais de uma linha de tratamento para o mesmo paciente. Hoje, cerca de 80% das pessoas apresentam remissão completa da doença. Existe alta possibilidade de cura e taxa de sobrevida do linfoma. Há exames para o rastreamento dos linfomas. A difusão de informações sobre sintomas e procurar um hematologista são o melhor método de prevenção”.