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País deve fechar o 2º trimestre com 500 mil vagas temporárias

Foto: Freepik.com

 

A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) estima que o segundo trimestre do ano fechará com 500 mil vagas de trabalho temporário criadas. O setor é impulsionado, principalmente, pelas datas comemorativas de grande relevância: o Dia das Mães, que foi celebrado em 12 de maio, e o Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho. “Observamos uma certa preocupação com a economia por parte dos empresários. Por isso, a projeção é cautelosa para os meses de abril, maio e junho deste ano. Isso porque as empresas se apoiam no regime jurídico de contratação para atender às demandas extraordinárias de acordo com o que planejam entregar para os meses seguintes”, afirma o presidente da Asserttem, Alexandre Leite Lopes.

Nos primeiros três meses do ano, foram geradas 780 mil vagas temporárias, um aumento de 6% em relação a 2023. Somadas às 500 mil vagas deste trimestre, há previsão de estabilidade na comparação com o primeiro semestre do ano passado, quando houve 1,2 milhão de contratações temporárias de janeiro a junho.

O economista Diogo Santos diz que os números podem ser explicados pela melhora geral da economia brasileira, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) capaz de elevar a demanda das empresas por mão de obra e, portanto, reduzir o desemprego. “Em um cenário de avanço econômico, o trabalho temporário é uma opção para as empresas aumentarem sua capacidade de produção de modo a atender à demanda, mas sem se comprometer com uma folha de pagamento permanentemente elevada”.

Segundo a Asserttem, dentre as vagas sazonais que surgiram neste trimestre, alguns setores se destacaram em número de oportunidades. Os que concentram a maior quantidade de vagas são: indústria (45%), serviços (35%) e comércio (15%).

“O crescimento maior no setor industrial pode ser reflexo de um maior volume de vendas pela internet que gera menos demanda de mão de obra no comércio; o aumento do consumo das famílias decorrente da ampliação recente da massa salarial, que consomem uma parcela maior de bens na comparação com serviços; e da busca das empresas industriais de terem um custo com funcionários mais fácil de ser reduzido”, explica.

 

Interesse

Na avaliação do economista, toda geração de emprego em uma economia com baixo crescimento é bem-vindo. “Mais vagas significa aumento de consumo. Entretanto, formas de contratação que não possuem perspectiva mais estável e previsível da renda futura dos trabalhadores podem gerar um menor impulso sobre o crescimento econômico. O colaborador tem menos disposição de realizar gastos que comprometam sua renda, como a compra de bens duráveis de maior valor”.

“Para a empresa, a maior vantagem do trabalho temporário é permitir aumentos e reduções do quadro de funcionários de modo mais ágil de acordo com a demanda. Para os trabalhadores, como a grande maioria acaba não sendo contratada definitivamente, ficarão mais tempo em uma condição de maior insegurança em relação à renda futura, uma vez que precisarão buscar outro emprego em poucos meses”, conclui.