No século 21, as sociedades estão em constante evolução, influenciadas por diversos fatores, como a globalização, as mudanças econômicas, sociais e políticas, bem como a entrada de novos atores na esfera pública. Diante desse cenário dinâmico, torna-se imperativo realizar uma reflexão aprofundada para identificar os principais impulsionadores de mudança em várias esferas sociais, desde instituições estatais até organizações da sociedade civil, e de níveis globais até locais.
Nesse contexto, destacam-se dois conceitos fundamentais: os paradigmas da dádiva e das redes sociais. Essas abordagens desafiam a tradicional separação entre a análise das interações sociais e a análise dos objetos, oferecendo uma perspectiva mais integrada e holística.
A perspectiva da dádiva, fundamentada nas ideias de Marcel Mauss, propõe a consideração tanto dos aspectos materiais quanto dos simbólicos nas trocas sociais. Isso implica examinar o que circula na esfera econômico-social, levando em conta suas implicações simbólicas e culturais. Essa abordagem permite uma compreensão mais profunda das relações sociais, reconhecendo sua intrínseca conexão com aspectos econômicos.
Por sua vez, a teoria das redes sociais oferece uma nova abordagem para compreender a estrutura social. Ela convida à análise das interações entre indivíduos em diversos níveis, revelando como essas interações moldam a sociedade como um todo. Essa abordagem ressalta a importância das relações interpessoais, tornando visível o complexo cenário das interações sociais.
Um dos temas centrais explorados por pesquisadores é a relação entre políticas públicas e participação cidadã. Argumenta- -se que a participação ativa dos cidadãos é essencial para o êxito e a eficácia das políticas públicas. Isso é particularmente relevante em áreas como saúde mental, onde a qualidade dos serviços depende da inclusão das vozes da comunidade e das famílias.
Além disso, ressalta-se a importância de repensar o conceito de cidadania participativa, indo além do individualismo e promovendo uma cultura de doação e simbolismo. Essa abordagem visa fortalecer a democracia participativa, destacando o papel crucial das relações sociais na esfera pública.
Os desafios na avaliação das políticas sociais também são enfatizados. Os indicadores tradicionais, como o número de consultas e internamentos, mostram-se inadequados para medir o impacto das políticas sociais na qualidade de vida dos cidadãos. Os pesquisadores propõem a integração de variáveis sociais e a consideração da inclusão social e da subjetividade dos indivíduos na avaliação das políticas públicas.
Em resumo, as reflexões apresentadas pelos acadêmicos convidam-nos a repensar as bases da cidadania, das políticas públicas e das redes sociais em nossa sociedade em constante evolução. Elas nos lembram da importância das relações sociais, da participação cidadã e de uma abordagem mais abrangente e integrada para entender as complexidades da sociedade contemporânea.
Em um mundo caracterizado por mudanças constantes, essas reflexões revelam-se essenciais para enfrentar os desafios sociais e políticos do nosso tempo. Elas nos instigam a considerar não apenas os aspectos econômicos, mas também os simbólicos e relacionais das interações humanas, promovendo uma visão mais completa e enriquecedora da sociedade em que vivemos.