A não ser que algo novo aconteça no curso dos debates, as avaliações de agora apontam que o grupo conservador da política mineira deverá estar dividido, quando chegar o pleito ao governo de Minas, em 2026. Desenham-se duas linhas de atuação. De um lado, a pretensão política do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), com apoio da família Bolsonaro para disputar o Palácio da Liberdade.
Mas, de outra parte, o vice-governador Mateus Simões (Novo) não esconde de ninguém o seu projeto de assumir o governo do estado, seis meses antes das eleições, por conta de uma possível decisão do governador Romeu Zema (Novo) de se afastar, com a finalidade de disputar o Senado ou até mesmo a Presidência da República. Caso essa projeção seja confirmada, Simões disputaria o governo de Minas já como governador empossado.
Zema transfere votos?
Os cientistas políticos calculam que o govenador Zema, apesar de boa popularidade, não teria uma capacidade mais expressiva de transferir votos, mesmo porque, em suas duas eleições, ele “surfou” na onda bolsonarista. E, como o ex-presidente já anunciou o apoio formal ao parlamentar Nikolas Ferreira, tudo leva a crer que o grupo da direita estaria dividido no cenário atual.
Apesar de uma disputa acontecer só daqui a três anos, o assunto já ocupa pauta nas mesas dos políticos experientes de Minas. Assim, já se fala na reabilitação do deputado Aécio Neves (PSDB), que já está em franco trabalho de melhoria de imagem pelo interior do estado.
De fora desse escopo, podem surgir alternativas significativas, como o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão (PP), um líder que é reconhecido pela sua atuação por onde passou em sua vida pública, e também na iniciativa privada, sempre se destacando.
Para além disso, circulam informações relacionadas a uma intenção do ex-senador Clésio Andrade em retornar à vida pública. Sobre o assunto, amigos dizem que no ano que vem Clésio toma uma decisão.
Nesta imensa lista de nomes, podemos citar ainda o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB). Se o pleito fosse agora, ele teria o apoio de 80% dos seus colegas de Casa, podendo significar uma ligação direta com algo em torno de 350 prefeitos e lideranças municipais.
No PSD, no momento, cogita-se a possibilidade de dois nomes: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Não há uma definição, embora, tudo leva a crer que o presidente do Senado possa levar ligeira vantagem, caso efetivamente decida pela presença na peleja de 2026.
Embora sabendo que a sucessão mineira é um tema a ser conduzido por profissional da área política, a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), estaria se engraçando em deixar o seu nome à disposição do partido, para esse evento de 2026. Mas, por enquanto, tudo não passa de um balão de ensaio, mesmo porque, Marília terá de focar primeiro no projeto de sua reeleição à prefeitura local no próximo ano.