A 10ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB) 2023 apresentou detalhes sobre o mercado de eSports no país. Em abril deste ano, o levantamento já havia revelado que os esportes eletrônicos se tornaram um dos ecossistemas mais relevantes para o consumidor de jogos, apresentando um conhecimento expressivo de 82,9% entre os gamers brasileiros, alta de 1,7% em comparação com a PGB 2022. Além disso, 48,8% deles praticam esportes eletrônicos, hábito que se manteve estável em relação à última edição do estudo (48,7%).
O consumo de conteúdo sobre eSports também se manteve estável. Segundo a PGB 2023, 63,8% dos gamers nos país têm o hábito de acompanhar ou assistir esportes eletrônicos. A maioria deles (39,2%) assistem a vídeos ou leem sobre a modalidade de uma a três horas por semana. Além disso, para 26,5% desses jogadores, a frequência de consumo é de duas vezes por semana, enquanto que para 26,1% é de três vezes por semana, e para 18,2% é diariamente. Apenas 10,5% dos gamers brasileiros consomem conteúdo de esportes eletrônicos menos de uma vez por semana e 1,1% diz não consumir.
A plataforma de conteúdo que mantém a maioria dos jogadores brasileiros atualizados são os canais especializados (74,6%). Depois aparecem os canais de times e atletas (36,8%) e celebridades de eSports (36,1%). O estudo mostra que 22,5% dos entrevistados consideram o Casimiro a personalidade mais acompanhada.
Já o formato de conteúdo favorito para acompanhar a modalidade são partidas virtuais transmitidas ao vivo ou gravadas (79,7%), seguido por notícias on-line (61,8%) e em arenas de torneios, espaços de eventos e nos próprios clubes de eSports (50,2%). A principal plataforma de consumo é o YouTube (72,5%), seguido pelo canal SporTV (40,2%) e pelo Instagram (38,9%). A 10ª edição do estudo também revela que os jogos de futebol são os que mais atraem os gamers brasileiros (81,4%). Logo depois vem a modalidade de Battle Royale (69,6%) e de luta (61,3%).
Na arrecadação de dinheiro relacionado a jogos eletrônicos, o levantamento mostra que 27,9% dos gamers brasileiros já ganharam dinheiro com eSports. Os principais meios foram as apostas com amigos (14,2%), plataformas de apostas (13,6%), competições amadoras (8,6%) e outros métodos (1,1%).
O advogado em direito desportivo, Antonio Gomes, diz que o crescimento constante incentiva a profissionalização do segmento, principalmente no Brasil. “Diversos cenários externos aos jogos eletrônicos trouxeram o status de modalidade esportiva para além da diversão. Os dois anos de pandemia e o acesso cada vez mais fácil ao smartphone abriram as portas para um público espectador, mas também ao desenvolvimento profissional”.
Ainda segundo Gomes, grandes marcas e empresas participam dos torneios já existentes. “São multinacionais responsáveis pelas competições, além de diversas outras ligas e times que competem entre si. Neste trabalho, milhares de profissionais entre gestores e preparadores. Em termos mais comparativos, as competições eletrônicas se aproximam do esporte tradicional na medida em que se ligam às relações financeiras, às grandes audiências e aos canais de transmissão, como um jogo intelectual, competitivo e organizado”.
O estudante Gabriel Ferreira assiste streamers em plataformas, como Twitch e Youtube, e também faz lives jogando. “Os jogos estão presentes na cultura e fazem parte de nós. Deixaram de ser apenas uma brincadeira e se tornaram verdadeiras profissões. É notável que existem indivíduos que enxergam essa forma de entretenimento de maneira diferenciada, reconhecendo seu potencial para gerar impactos significativos. Os games não se limitam apenas a divertir, mas também oferecem oportunidades para criar, inovar e explorar novos horizontes”.