As festas juninas foram reconhecidas como uma manifestação da cultura nacional, através da Lei 14.555. Segundo o Ministério do Turismo, somente no estado da Bahia, o governo espera cerca de 1,5 milhão de pessoas no evento deste ano, que deve movimentar R$ 1 bilhão na economia. Em Campina Grande, estima-se R$ 400 milhões e, em Caruaru, a previsão da prefeitura é R$ 250 milhões.
A lei é proveniente do PL 943/2019, que foi aprovado no fim de março pelo Senado. O texto contou com o parecer da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, que o aprovou em 2020, tendo como relator o senador Prisco Bezerra (PDT) e o autor do projeto foi o deputado Fábio Mitidieri (PSD).
Bezerra afirma que esses eventos estão relacionados à cultura do meio rural, tanto como as pessoas do interior a vivem quanto pelo modo como os moradores das cidades maiores a desfrutam. “Nas festas juninas do Nordeste, por exemplo, deve-se destacar, além da animação contagiante, o cultivo de preciosas tradições, como a variada e deliciosa comida à base de milho. Mas sobressaindo-se entre todas elas, está a música e a dança, o tradicional forró”.
Gilberto Castro, presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), diz que esse reconhecimento é muito importante para todos os atores do movimento junino. “Para além da valorização das culturas locais, os eventos impulsionam a economia de uma região. Na capital mineira, nosso foco é estimular e preservar a festa junina como uma significativa manifestação cultural do município”.
Segundo o presidente, o Arraial de Belo Horizonte ganhou visibilidade, com o passar dos anos, e já foi considerado pelo Ministério do Turismo e pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) como um dos cinco maiores destinos turísticos do período, ao lado de Bragança (PA), Campina Grande (PB), Corumbá (MD) e São Luís (MA). “É um dos grandes eventos públicos da cidade, juntamente com o Carnaval. Um festejo dessa magnitude movimenta toda uma cadeia produtiva, gerando emprego e renda para o município e atraindo pessoas de vários lugares do país”.
Arraial de Belo Horizonte
Produzida desde 1979, a festa chega a sua 44ª edição em 2023. O Arraial de Belo Horizonte está previsto para acontecer em julho deste ano, uma festa totalmente gratuita. Ano passado, levou aos tablados da Praça da Estação cerca de 90 mil pessoas em sete dias de evento. Em 2019, a movimentação financeira estimada foi de R$ 3,65 milhões.
Segundo Castro, o Arraial de Belo Horizonte é o festejo junino mais representativo da região Sul e Sudeste do Brasil, pela sua valorização e respeito à cultura e às tradições que envolvem o período. “A festa belo-horizontina foca em três grandes eixos: a apresentação das quadrilhas da cidade; shows musicais, com artistas locais e nacionais; e diversas atividades da gastronomia, que são realizadas na Vila Gastronômica”.
Ele destaca ainda que o maior desafio da festividade é manter o nível apresentado na última edição. “Foi o festejo que marcou o retorno dos grandes eventos públicos em Belo Horizonte, após o período pandêmico. A meta é continuar sendo a mais representativa festa da cultura junina, destacando o espetáculo das quadrilhas, os grandes shows e valorizando a nossa aclamada gastronomia mineira”.
Para esse ano, a expectativa é que 22 quadrilhas disputem o “Concurso Municipal” no Grupo de Acesso e 16 no Grupo Especial nos tablados da Praça da Estação. Além disso, uma Vila Gastronômica será montada, com ambientação diferenciada, contendo mesas, cadeiras, pufes e iluminação especial.
Contará também com restaurantes tipicamente mineiros, com receitas vencedoras do 4º “Prato Junino”, que serão comercializadas a preços populares. Esse concurso é uma realização da Belotur em parceria com faculdades de gastronomia de Belo Horizonte, em que cada instituição apresenta os pratos criados e competem entre si pela maior nota. Os campeões recebem um prêmio e comercializam os pratos na Vila.
