Diz o ditado popular: “quem semeia vento, colhe tempestade”. Trazendo essa antiga frase para os dias de hoje, notamos sem disfarce algum, um fiel extrato dos acontecimentos lamentáveis relacionados à violência praticada nas escolas, inclusive, com o ceifamento da vida de crianças, como ocorreu no mês passado, em Santa Catarina, cujo crime chocou o país inteiro.
Não há dicotomia entre o que vem acontecendo, sobretudo nos Estados Unidos, em relação aos fatos constatados no Brasil. Os especialistas classificam os autores desses atentados como jovens que, ao longo da vida, frequentam as mesmas instituições de ensino. Nesse extenso tempo, acumulam frustrações diversas, criando uma personalidade marcada pelo ódio e desejo de vingança.
Registra-se ainda a força da internet que, neste caso, serviu como veículo de informação e trouxe uma espécie de cartilha para a violência. Basta observar os boletins de ocorrência em todos os recentes casos de crimes acontecidos nos educandários. Os autores tiveram como orientação as redes sociais, incentivadoras da nefasta ferocidade. Isso é um completo absurdo, diga-se de passagem.
Os desafios para minimizar essa escalada serão incomensuráveis. Ouvido recentemente, o especialista em segurança pública e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Minas, Luis Flávio Sapori, afirma se tratar de uma nova realidade que começa a se firmar no Brasil, porém, com características próprias.
As autoridades carecem tomar logo medidas para acabar com o problema, baseadas nas discussões com a sociedade, evitando implementar ações complicadas, como a presença da polícia armada nos recintos educacionais. Essa realidade não teve efeito prático nos demais continentes onde esse fato já vem ocorrendo.
Semana passada, o filósofo Luiz Felipe Pondé disse: “no lugar de armas, que os dirigentes dos estabelecimentos de ensino levem para o local mais harmonia, alegria, banda de música, livros, palestras positivas e a presença de famílias, para oferecer mais dignidade e esperança aos estudantes”. Eis um desafio que exige a união de todos, pois os marginais não avisam quando irão repetir o episódio abominável de Santa Catarina.