Uma pesquisa publicada na revista médica acadêmica Jama Network sugere que 20 minutos diários de atividade física, entre moderada a intensa, são suficientes para reduzir os problemas de saúde que levam as pessoas às internações hospitalares mais comuns. De acordo com os resultados, a prática regular de exercícios foi capaz de diminuir os riscos para 9 das 25 razões mais comuns de internação.
Níveis mais altos de atividade física medida pelo acelerômetro foram associados a menos risco de hospitalização para 9 condições: doença da vesícula biliar, infecções do trato urinário, diabetes, tromboembolismo venoso, pneumonia, acidente vascular cerebral isquêmico, anemia por deficiência de ferro, doença diverticular e pólipos do cólon. Associações positivas foram observadas entre atividade física geral e síndrome do túnel do carpo, osteoartrite e hérnia inguinal, que foram induzidos, principalmente, por atividade física leve.
O educador físico André Vieira diz que o uso de medicamentos, a má alimentação, o excesso de trabalho e a falta de exercícios físicos são alguns dos fatores que influenciam o índice de morte por doenças entre os brasileiros. “Das complicações, podemos destacar o câncer, os problemas cardiovasculares, respiratórios e demais condições que afetam o fígado. Em um primeiro momento, o estilo de vida sedentário pode até parecer inofensivo, mas ele é o principal causador da obesidade, que, consequentemente, está relacionada ao surgimento de enfermidades crônicas, como hipertensão, colesterol alto, osteoporose e diabetes”.
Ele explica que praticar atividade física aumenta a qualidade de vida do indivíduo. “Entre as principais vantagens estão a redução da tendência à depressão, diminuição do estresse; mais energia não somente para o trabalho, mas também para aproveitar o tempo livre; auxílio na realização das atividades diárias, eliminando o cansaço; ajuda a dormir bem; melhora a autoimagem, circulação do sangue e mantém ossos e articulações saudáveis; controla o peso; aumenta a disposição no dia a dia e promove bem-estar físico e mental”.
O cardiologista Ricardo Mafra explica que as atividades aliadas a uma alimentação saudável são as principais formas de prevenção de doenças e promoção da longevidade. “O exercício físico pode ajudar a evitar patologias crônicas, já que fortalece o músculo cardíaco, melhora a circulação sanguínea, reduz os níveis do colesterol ruim (LDL) e aumenta o colesterol bom (HDL). Consequentemente, conseguimos diminuir a incidência de acidente vascular cerebral (AVC) e de infarto, que são hoje as principais causas de mortalidade no mundo”.
Vieira destaca que antes de começar a praticar atividades físicas, é importante que sejam feitos exames médicos para verificar o estado geral de saúde, avaliar as articulações e o funcionamento cardíaco, principalmente no caso de a pessoa ser sedentária. “É importante entender como e porque o exercício deve ser realizado e o tempo de execução; escolher o mais adequado à condição física para não fazer esforço excessivo que prejudique a saúde; respeitar os limites do próprio corpo; aumentar a intensidade gradualmente ao longo do tempo; escolher um horário para fazer a atividade e manter a disciplina para não perder o estímulo; utilizar equipamentos esportivos adequados e escolher ambientes seguros para a prática”.
Sedentarismo
De acordo com um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018, um em cada quatro adultos apresenta características de sedentarismo. Já outra pesquisa, elaborada no mesmo ano pelo Ministério da Saúde, indica que a maioria das doenças que mais matam no Brasil são originárias de um estilo de vida nada saudável.
