Foi uma semana de intensos debates nos bastidores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O primeiro round teve objetivo relacionado à formação dos blocos, reunindo todos os 77 parlamentares, sendo que a base do governo e os opositores ao Palácio Tiradentes ficaram definidos, conforme a imprensa noticiou. Vale dizer que a oposição tem 20 integrantes, a turma diretamente apoiadora do governador Romeu Zema (Novo), com 33 e outra ala, de 24 integrantes com o viés de mais independência, mas a possibilidade é de votar com o governo, na maioria das vezes, segundo comentários dos próprios políticos.
Outro tema a ocupar a pauta no âmbito da Casa Legislativa, e até agora sem uma definição, se concentra na escolha das 23 Comissões Permanentes. Afinal, são elas que tecnicamente fazem o Parlamento funcionar, pois nenhum projeto, requerimento, proposição de lei, etc, circula por lá sem o parecer desses comitês internos.
Pressão dos deputados
Informações de bastidores apontam que os entendimentos para as escolhas dos nomes dos integrantes dessas Comissões já estão praticamente definidos, porém, para ratificar tudo isso carece de uma reunião formal, em Plenário. Indagado sobre o assunto, o presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite (MDB), atalhou: “está quase tudo certo”.
Outra fonte ouvida por nossa reportagem identificou uma realidade. O tema ainda não pode ser oficialmente sacramentado pelo Legislativo, devido a uma pressão de políticos mais antigos da Casa, como o parlamentar Noraldino Júnior (PSC). Ele tem exercido todo o poder de persuasão com o fito de permanecer comandando a influente Comissão de Meio Ambiente. O parlamentar é avaliado nos bastidores como um defensor dos animais, ao longo dos seus mandatos legislativos.
Outro nome, o deputado Sargento Rodrigues (PL), como não poderia ser diferente, insiste em continuar dando as cartas da Comissão de Segurança Pública. Ao todo, neste período dos próximos quatro anos, serão 23 Comissões Internas, ou seja, vai faltar espaço para todos os interessados no tema. Ademais, o governo estadual trabalha à distância, através de seu líder, o deputado Gustavo Valadares, para que o Palácio Tiradentes possa ficar no topo de
Comissões relevantes, a exemplo da Comissão de Economia, ou Finanças, e ainda a de Constituição e Justiça, entre outras.
Já o primeiro-secretário, deputado Antônio Carlos Arantes (PL), tem se desdobrado para dar continuidade aos trabalhos. Afinal, a sua pasta é tida como uma espécie de prefeitura local por onde circulam todas as grandes demandas. Com quase 30 anos de experiência, Arantes já atuou como vice-presidente da Assembleia na última legislatura. Assim, não tem encontrado dificuldades para incrementar a máquina, fazendo-a funcionar, dizem seus colegas.
As previsões indicam que quando terminar o Carnaval, todo esse imbróglio de instalação de Comissões será resolvido e a máquina do Legislativo Estadual, enfim, estará plenamente em voo, apontam interlocutores.