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De novo, os preços…

Foto: Pixabay

Continuamos lutando para provar que este nosso Brasil não é para amadores. Em hipótese alguma. As evidências continuam a aparecer, cada vez mais frequentemente, com fatos que até Deus, o verdadeiro, duvida. Às vezes, não temos tempo nem de respirar. É uma coisa depois da outra. Com os preços, as surpresas são diárias. Sou uma pessoa com mania de visitar supermercados. Nem sempre para fazer compras, (o que ultimamente não está fácil) mas para conhecer mesmo. Sempre fui assim. Certa vez visitei um supermercado de madrugada, só para saber como era o seu funcionamento naquele horário. Fiquei maravilhado… Continuo assim e aguardando a abertura de um no Minas Shopping cuja data já foi adiada duas vezes. Não consigo imaginar um espaço daquele tamanho fechado.

Mas confesso que ando perdendo o encanto em função dos preços cobrados. As mercadorias estão nas prateleiras com seus tamanhos reduzidos e preços que mudam a cada 2 dias. Quando foi que ia imaginar que um litro de leite poderia custar mais de R$ 5. Aquele leite que a Mimosa produz, grosso e encorpado, vá lá… Mas este de caixinha e aguado. Nunca. Nas gôndolas de óleo a coisa é ainda pior. Virou um cartel. De qualquer marca, de soja, já chegou a R$ 10. Na promoção, você compra por R$ 9,99.

Um brinde. Arroz, feijão e açúcar, que faziam parte de qualquer cesta básica, estão cada vez mais distantes dos pobres mortais brasileiros. Imaginem os senhores que já chegaram aos supermercados pacotes de farofa pronta de R$ 22. Isso mesmo: farofa. Aquela velha mistura de farinha, ovo, alho e cebola. É bem capaz de ainda encontrar aquela básica, da empresa que a mulher picou o marido, por R$ 3 ou R$ 4. Mas o pacote diminuiu, também reduziram o tablete do caldo de carne. Ele está mais concentrado…

Verduras e legumes são coisas que andam atrapalhando a vida de todos. Um pé de couve flor, dos pequenos, está custando R$ 11. O brócolis, também pequeno, custa de R$ 8 a R$ 10. Cenoura não se pode dar mais para os coelhos. Em alguns supermercados chegou a R$ 18 o quilo.

E o tomate… Este virou artigo de luxo. Pagar R$ 12 num quilo de tomate. O fruto que também é um legume porque não é doce, está com boa safra. São graúdos. Assim você compra 5 tomates por R$ 12. Coisa de gente rica. A parte de bebidas fica intocável… Brasileiro é assim. Reclama de tudo, mas bebida não. Ela vale. Na pior das reações, uma “rosnada” baixinho, mas sai do local com um fardo no carrinho. Já o refrigerante, não.

É muito caro pagar R$ 10 por 2 litros de um sabor de festa. Aí passamos para o golpe. Não só dos supermercados, mas de quem é responsável pela embalagem dos produtos. Diminuíram os tamanhos das embalagens. Até a caixa de fósforos, não sei quem ainda usa, mudou o seu tamanho. Ficou menor. Não sei se a quantidade de palitos é a mesma. Sabão em pó: criaram a caixa de 1.800kg. Pasta de dente mudou de tamanho. Se observar bem, está tudo mudado. Até o prazo de validade. Está vencido mais tem mais 3 meses de carência… Gôndolas com produtos próximo do vencimento e, assim, a vida segue num corredor de supermercado.

E no açougue? Um desafio. Estão vendendo bandejas de osso, com pele de frango, pé de frango e bandejas com 2 bifes. Acabou aquela farra que alguns tinham de sair do local com várias sacolas de carnes de todos os tipos. Outro dia um cidadão reclamava, em tom mais elevado, dos custos. Estava levando fígado e um quilo de carne moída. Outrora sempre levava cortes de uma peça inteira. Pensei comigo: “Se devolvesse o Friboi para o filho do Lula (PT) dava para voltar a fazer churrasco toda semana”.

*Wanderley Lima (Pantera)
Jornalista
wanderley.uemg@gmail.com