Segundo pesquisa realizada pela Credit Suisse e Statista, divulgada pela CupomValido, o Brasil é o terceiro país que mais ingere cerveja no mundo, sendo responsável por 7% do consumo do planeta, atrás somente da China (27%) e dos Estados Unidos (13%).
A análise mostrou que o brasileiro ingere, em média, seis litros da bebida por mês. O gasto médio por semana é de R$ 46, totalizando R$ 184 mensalmente, o que representa 16% do custo do salário mínimo nacional. Além disso, 9% dos pesquisados gastam acima de R$ 101 por semana.
O mercado teve impactos positivos e negativos com a pandemia. Apesar da crise econômica, estima-se que o setor tenha crescido 5% em 2020. Um levantamento da Euromonitor aponta que o consumo da bebida, no ano passado, foi o maior nos últimos 6 anos, atingindo 13,3 bilhões de litros, perdendo só para 2014, período em que o país sediou a Copa do Mundo.
Já uma análise da Kantar revela que o consumo nas residências bateu um recorde histórico na pandemia. O percentual de brasileiros com mais de 18 anos que bebeu cerveja dentro de casa saltou de 64,6% em 2019 para 68,6% em 2020.
Contudo, dentro do mercado cervejeiro, o impacto foi negativo para os produtores de cerveja artesanal. Durante a pandemia, esses empreendedores têm sofrido dificuldades para lidar com a falta de insumos e alta nos preços de fornecedores de embalagens e malta, por exemplo. Para especialistas da área, esse segmento continuará sentindo as consequências da crise em 2021.
O professor de economia e analista de negócios, Marcello Muniz, faz uma análise do Produto Interno Bruto (PIB) – produto e/ ou renda gerada na economia – e do PIB per capita (por habitante). “Em 2020, eles foram de R$ 7,4 trilhões e R$ 35 mil, respectivamente, e, se tomarmos esses dados, os brasileiros gastaram cerca de 6% de sua renda per capita com cerveja”.
Ele acrescenta que, de acordo com o CervBrasil, cerca de 95% da oferta da bebida no Brasil é atendida por três grandes empresas: Ambev, Heineken e Petrópolis. “Trata-se de um setor extremamente oligopolizado e que usa sua força de mercado para estimular o consumo. Temos de levar em conta ainda que as famílias de baixa renda consomem as marcas mais baratas ou substituem a cerveja por outros tipos de bebidas alcoólicas”.
Driblando a crise
Em relação aos produtores de cerveja artesanal que, na maioria dos casos, são microempreendedores, Muniz informa que dada à especificidade desses produtos, a produção, distribuição e venda são feitas em menor escala, quando comparadas com as principais marcas vendidas no Brasil. “No entanto, uma forma de garantir sucesso é essas empresas implantarem estratégias de marketing para conquistar novos consumidores por meio de campanhas de divulgação e investimentos em canais de distribuição”.