Com o objetivo de compreender o perfil financeiro das mulheres, a Acordo Certo – empresa de renegociação de dívidas – fez um levantamento com 4,8 milhões de acordos e, por meio da análise, foi possível constatar que as mulheres negociam mais dívidas do que os homens (66%).
Os dados expõem o fato de que elas estão mais propensas ao endividamento devido a uma realidade de mercado: ganham menos do que os homens. Outra pesquisa feita também pela empresa mostra que 22% do sexo feminino não possui nenhum tipo de renda (entre os homens esse número é de 13%). Somado a esse fator, está a diferença salarial: enquanto 59% dos homens têm renda maior que um salário mínimo, apenas 34% das mulheres recebem a mesma quantia.
Além disso, a crise econômica causada pela pandemia agravou o cenário das finanças domésticas: 46% das mulheres perderam ou tiveram alguém no domicílio que foi dispensado do emprego e 31% responderam que apresentaram alguém do domicílio com a renda diminuída.
A líder de pesquisa da Acordo Certo, Tamires Fauoaz, afirma que as mulheres numa tentativa de equilibrar as despesas e não deixar de prover o básico dentro do domicílio, acabam se endividando mais. “O desemprego que acometeu homens e mulheres é um agravante na alta de inadimplência. Muitas não possuem nenhuma reserva financeira, o que pode gerar ainda mais falta de dinheiro”.
Evitando a bola de neve
Como constatado no estudo, muitas mulheres tiveram um aumento nos gastos fixos durante a pandemia. “A pessoa precisa organizar todas as despesas mensais de casa. Isso pode ser feito em uma planilha, aplicativos de finanças pessoais ou, até mesmo, em um caderninho”, orienta Tamires.
Ela acrescenta que ao olhar para os gastos, fica mais fácil enxergar para onde o dinheiro está indo. “É importante observar se é possível mudar a rotina da família para economizar, se planejar quanto às compras e fazer sobrar alguma quantia no fim do mês para iniciar uma reserva de emergência”.
A especialista analisa como positivo o fato de as mulheres estarem buscando negociar seus débitos. “Isso é importante e demonstra que elas estão preocupadas em organizar suas finanças, voltar a ficar no positivo e conquistar seu bem-estar financeiro”.
Análise
Negociar uma dívida pode ser a saída para quitá-la. Para isso, Tamires esclarece que o ideal é analisar todo o orçamento familiar. “Isso é fundamental para identificar os gastos essenciais e os que podem ser cortados para garantir alguma economia. Só após esse levantamento é possível se preparar para renegociar suas dívidas”.
Algumas empresas que trabalham com negociação, conseguem, inclusive, um desconto para quem deseja quitar o que deve. “Além da possibilidade de parcelar os valores. Desse modo, fica mais fácil pagar as dívidas sem prejudicar o orçamento”, conclui.