Um balanço feito pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (ABIH-MG) apontou que a crise causada pelo novo coronavírus segue impactando fortemente o setor. Em maio, somente em Belo Horizonte, dos 132 hotéis que estavam em funcionamento na cidade antes de março, 43 paralisaram suas atividades, sendo que 8 seguem sem previsão de quando voltarão a reabrir. Ou seja, a capital mineira perdeu 32,5% de sua hospedagem e mais de 3 mil funcionários já foram demitidos durante esse período.
No estado, a situação não é diferente, dos 3.971 estabelecimentos que funcionavam em Minas Gerais, 2.540 foram fechados (64%) e as demissões ultrapassam mais de 6 mil pessoas, segundo o consultor afiliado a ABIH-MG, Maarten Van Sluys.
O presidente da ABIH-MG, Guilherme Sanson, explica que o segmento passa por um dos piores momentos de sua história. “Durante a Copa Mundo tivemos um grande momento de expansão da hotelaria tanto em Minas Gerais quanto em Belo Horizonte, porém, em meio à pandemia, todo investimento foi perdido e estamos sofrendo um grande efeito dominó em toda a cadeia”.
Entre os hotéis que estavam fechados desde o começo de março, 10 voltaram a funcionar em junho. Ibis Contagem Ceasa, San Diego Barro Preto, San Diego Lourdes, San Diego Mid Pampulha, Eldorado Flat, Hotel Amazonas, Stop Inn Plus Pampulha, Royal Boutique Savassi, Pampulha Lieu e Pousada Sossego da Pampulha reabriram as portas para receber novos hóspedes neste mês. “É uma tentativa de voltar a uma possível normalidade, mas sempre respeitando a nova realidade que estamos enfrentando”, destaca Sanson.
Para a diretora da ABIH-MG, Pollyana Mendes, o retorno é fundamental. Ela acrescenta que todos estão se preparando para voltar ao “novo normal”. “Os hotéis precisam aderir a protocolos sérios para receber o hóspede com toda a segurança possível. Sabemos que se trata de um segmento muito delicado e que temos uma responsabilidade grande em relação à segurança, principalmente, sanitária. Trabalhamos nesses protocolos para que consigamos receber os hóspedes de forma adequada”.
A ABIH-MG lançou um manual com protocolos de higienização e limpeza. “O setor está tentando sobreviver aos efeitos provocados pela pandemia da melhor maneira possível e estamos nos adaptando à nova realidade, seja adotando novas convenções de higienização ou transformando alguns hotéis em workspace (área de trabalho)”.
Pollyana elucida que a associação tem solicitado apoio dos órgãos públicos, federais, municipais e estaduais. “Temos participado fortemente de diversas discussões quando somos convidados a isso. Nem sempre o poder público está tão perto, mas temos feito o possível”.
Ela acredita que essa é a principal maneira de recuperação. “Entendo que todos precisamos do apoio e subsídio do governo, porque vai ser um setor que terá dificuldade de se recuperar, principalmente, porque dependemos de protocolos de outros ramos, como o aéreo”.
A diretora afirma que o setor segue na expectativa, sobretudo, de receber apoio governamental. “Subsídio em impostos e também que as medidas provisórias, que foram aprovadas, se prolonguem porque nosso segmento não vai sofrer por apenas 60 dias. Por isso, esperamos a prorrogação dessas MPs com relação ao trabalho”.