Após 3 anos consecutivos com resultados negativos, o mercado imobiliário mostra sinais de recuperação. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Data Secovi, da CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais), no ano passado, em Belo Horizonte, foram comercializados 20.394 imóveis residenciais e comerciais, número 0,32% maior se comparado com 2017 (20.346). Houve também um aumento de 4% na comparação com o ano anterior no valor médio das negociações realizadas, passando de R$ 303 mil para R$ 316 mil.
Um segmento que merece destaque é a compra de apartamentos. Ainda de acordo com o estudo, nos últimos 3 meses do ano passado, a quantidade de unidades vendidas cresceu 15,8% em relação ao mesmo período do ano anterior (3.408, em 2018, e 2.942, em 2017). Já no balanço final, o crescimento foi de 2,8%, com 13.947 apartamentos vendidos em 2018 em comparação com os 13.471 comercializados no ano anterior. Além disso, o valor médio aumentou, passando de R$ 330 mil para R$ 346 mil (5% a mais).
Leonardo Matos, diretor da CMI/Secovi-MG, afirma que os resultados positivos para o setor reflete uma adequação da oferta com a demanda. “Havia muitos imóveis novos que ainda estavam em posse da construtora. Além disso, os sinais positivos de melhora na economia também foram fatores que ajudaram a alavancar as vendas”.
O bairro imóveis vendidos em toda a capital foi o Buritis, localizado na região Oeste de Belo Horizonte. Segundo o levantamento, no ano passado, foram comercializadas 1.194 unidades, o que representa 5,9% de participação em relação ao volume geral registrado.
Já na região Centro-Sul, a Savassi foi o grande destaque, registrando 691 negócios no ano (3,4% do total). Na Pampulha, o bairro Castelo foi o que teve mais unidades vendidas, com 674 imóveis (3,3% do total em Belo Horizonte); o Sagrada Família se destacou na região Leste, com 508 (2,5% do total), e o Planalto foi o que vendeu mais na regional Norte, com 304 (1,5% do total).
Na sequência, aparecem Padre Eustáquio, campeão de vendas na região Noroeste, Ipiranga, na região Nordeste, São João Batista, em Venda Nova, e Diamante, no Barreiro. Sendo que os nove bairros juntos representaram 20% dos imóveis comercializados em 2018.
Para Matos, o Buritis ter ficado em primeiro lugar não é surpresa, afinal ele já ocupa essa posição há 5 anos. O que causou estranhamento foi o fato da Savassi estar no segundo lugar do ranking. “Quem ocupava essa posição era o Castelo, porque, assim como o Buritis, é um bairro adensado (relação alta entre habitantes por metro quadrado), novo e de casais que compram o primeiro imóvel. A Savassi estar na segunda colocação demonstra que o local está passando por um processo de requalificação”.
Aumento no aluguel
Os donos de imóveis para alugar também têm motivos para comemorar. Segundo o levantamento, o valor médio do aluguel de apartamentos em BH passou de R$ 1.350, em 2017, para R$ 1.500 em 2018 (crescimento de 11%). Essa foi a primeira vez que houve um aumento no valor médio de locação desde que o indicador foi criado, em 2016.
O diretor da CMI/Secovi-MG disse que essa variação se deve ao fato do valor do aluguel ser flutuante e acompanhar a economia. “Quando a crise começou e as pessoas perderam emprego, o proprietário se viu diante de um dilema, ou manter o valor e procurar um novo locatário ou continuar com quem já estava lá e baixar o preço. A maioria optou pela segunda opção. Agora, com o mercado voltando a crescer, os aluguéis tendem a se readequar”, finaliza.