Belas, determinadas e bem preparadas, as mulheres começam a ocupar um importante espaço no mundo do futebol. Por determinação das entidades que organizam os eventos esportivos, os clubes brasileiros que disputam competições nacionais e internacionais estão obrigados a manter um time de futebol feminino. Em Minas, os times da capital já se organizam.
O América que tem tradição no segmento vem participando faz tempo de jogos e torneios, sempre com grande sucesso, sendo inclusive o atual campeão mineiro. Reformou seu elenco e contratou uma treinadora revelação para encarar o novo desafio.
O Atlético começa sua história no futebol feminino. Para isso montou uma boa estrutura. Contratou profissionais qualificados para coordenação, direção técnica e preparação física, formando um elenco recheado de atletas talentosas.
Da mesma forma, o Cruzeiro também começa a escrever sua história no futebol feminino, sonhando viver o mesmo sucesso conquistado em outros esportes praticados pelo clube. O investimento é considerável. Contratou dirigente experiente, buscou um treinador vencedor e montou um elenco bem qualificado, inclusive importando talentos em outros estados.
América, Atlético e Cruzeiro vão disputar o Campeonato Brasileiro da Serie A2, enfrentando times de vários estados. A disputa começa no final de março com 36 participantes divididos em 06 grupos. Nesta primeira fase, os dois melhores de cada grupo se classificam para seguir para outra fase.
O Atlético está no Grupo 4, enfrentando Grêmio, Palmeiras, Toledo do Paraná, Moreninhas do Mato Grosso do Sul e Portuguesa de São Paulo.
O Cruzeiro está no Grupo 5, enfrentando Vasco, Fluminense, Taubaté, Aliança de Goiás e Creespon do Distrito Federal.
O América está no Grupo 6, enfrentando o Botafogo, Chapecoense, Vila Nova de Goiás e Duque de Caxias do Rio de Janeiro.
As datas, horários e locais dos jogos o torcedor vai encontrar no site da CBF e da FMF.
O ideal seria que os jogos do feminino fossem realizados nas preliminares do masculino. Seria um espetáculo a parte para os torcedores, oferecendo ainda maior visibilidade e valorização para as atletas, atraindo potenciais patrocinadores e possibilidade de melhor cobertura pela mídia.
Infelizmente isso não será possível. Pelo menos por enquanto. Problemas de custos, estrutura nos estádios e até horário dos jogos não permitem a iniciativa. Imagina as garotas jogando às duas da tarde debaixo de um sol escaldante.
Mas quem sabe no futuro alguma coisa viável possa acontecer.
De qualquer forma esse primeiro ano é de laboratório mesmo. Tudo é muito novo, Inclusive para a imprensa esportiva que não tem o hábito de cobrir futebol jogado por mulheres.
Existe ainda uma cultura errada que mulher não sabe jogar bola. Até pior, tem muita gente que não aprova mulher jogando futebol. Mas isto é coisa do passado.
Atualmente as mulheres ocupam os mais variados espaços. Brilham em todos os setores da vida. Em tudo são dedicadas e se preparam com esmero. No futebol não é, nem será diferente. Evidente que nem toda garota tem habilidade com a bola, mesmo porque só começam a treinar na adolescência, depois de enfrentar muitos desafios e preconceitos. Lutam contra a falta de espaço, times e até treinadores para que possam se desenvolver. Ao contrario dos meninos que já nascem com uma bola nos pés e podem jogar até no meio da rua.
Mas acredito que esta realidade vai começar a mudar. Com apoio das entidades desportivas, com a criação de vários times organizados, com estrutura para treinamento e até com algum recurso financeiro para ajudar as atletas, o futebol feminino tem tudo para crescer bastante no Brasil.
É um mercado interessante que se abre para vários patrocinadores. Afinal de contas as mulheres são maioria, formando um público consumidor muito interessante. A turma do marketing deve estar de olho.
Não podemos esquecer que o Brasil vem revelando grandes talentos para o futebol feminino. Várias garotas fazem sucesso na seleção e em diversos times espalhados pelo mundo. Entre elas, a estrela maior, a nossa gloriosa Marta, a rainha, a melhor jogadora de futebol feminino do mundo.
Por tudo isso, vamos acompanhar e apoiar o futebol feminino. Elas estão chegando com tudo e não estão para prosa. São as donas da bola.