As histórias do ex-presidente mineiro Juscelino Kubitschek já estão nos livros didáticos para todos lerem, mas os detalhes da sua vida só podem ser contados por pessoas que viveram ao seu lado, como o Zé Pedro. E para não deixar essas memórias morrerem, Geraldo Alcântara, filho de Zé Pedro, escreveu o livro JK, a história nunca contada. Na obra, o autor escreve as histórias que ouviu de seu pai durante a vida. Esses mesmos casos foram passados para seu filho e, atualmente, são contados para sua neta de 12 anos.
Geraldo relata que a amizade de seu pai com o ex-presidente era desde o período em que ambos moravam em Diamantina, quando o lendário JK era apenas Nonô. “Na cidade, todo mundo era amigo de Juscelino. Quando foi nomeado prefeito de Belo Horizonte, ele foi em Diamantina, escolheu vários amigos para trabalhar aqui e um deles foi Zé Pedro”.
O autor diz que conviveu com o ex-presidente e o define como uma pessoa simpática. “JK tinha uma facilidade muito grande de prender os amigos. Meu pai deixou a família, foi ser segurança e essa aventura durou, aproximadamente, 40 anos. Para se ter uma ideia, só fui conhecer Zé Pedro quando tinha 15 anos. Durante esse período de ausência, meu pai viveu várias histórias com Juscelino que nenhum outro livro conta”.
Uma das histórias icônicas que há na obra foi o momento que João Gilberto apresentou uma música para o ex-presidente no banheiro. “O músico estava com tuberculose e o médico recomendou que fosse a Diamantina para se tratar. Chegando a cidade, ele procurou o meu pai para ser uma ponte à JK, pois tinha algumas canções novas e queria que o político as ouvisse. Zé Pedro convenceu JK que, de madrugada, apareceu onde João Gilberto estava. O músico o levou para o banheiro para cantar as músicas inéditas, pois o local era todo azulejado e a acústica era melhor”.
Morte de JK
Ao contrário da história oficial, Geraldo afirma que JK foi assassinado e que as pessoas mais próximas sabiam que isso iria acontecer. “Eu tenho certeza de que ele foi assassinado. Convivi com o meu pai e vi o sofrimento em saber que o seu amigo seria morto”.
O falecimento do ex-presidente também teve impacto na família do autor: 7 dias após o enterro de JK, Zé Pedro morreu.