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Por dia, mais de 4 mil cirurgias plásticas são feitas no Brasil

O interesse dos brasileiros em fazer cirurgia plástica vem aumentando a cada ano. Segundo estatísticas de 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), quando comparado ao ano de 2014, as intervenções reparadoras ou para fins estéticos avançaram 14,25%. No total, foram quase 1,5 milhão de operações realizadas, o que significa pouco mais de 4 mil por dia. Nosso país ocupa o segundo lugar no ranking de cirurgias plásticas, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Outro destaque da pesquisa é com relação a idade: a porcentagem de jovens de 13 a 18 anos passou de 4,8% para 5,7% do total de procedimentos. Já a faixa etária entre 19 a 35 anos se manteve inalterada com 38%. Os dados comprovam o quanto as pessoas estão insatisfeitas ou inseguras em relação ao próprio corpo. Mas será que a maiorias dessas intervenções são feitas por necessidade ou apenas vaidade?

Para a psicóloga e psicanalista Regina Braga, a mídia é um dos fatores que mais influenciam. “Hoje, com o advento da internet, vivemos uma ditadura da beleza, em que é imposto magreza, corpo sarado, cabelos e pele perfeitos. Isso gera nas pessoas vontade de estar enquadrado nesse padrão. E quando não conseguem por métodos naturais, recorrem aos procedimentos estéticos”.

Ela afirma que as mulheres e jovens são os mais afetados. “A maioria dos comerciais de produtos milagrosos são voltados para o público feminino. Mas todo mundo sabe que os resultados demoram bastante para aparecer. Já na adolescência, além da influência da mídia, a busca por cirurgia plástica está relacionada a autoestima. É uma fase de transição para a vida adulta e de alterações no corpo. Muitos acabam não aceitando bem essas mudanças”.

No entanto, nem sempre uma intervenção cirúrgica é necessária. Regina diz que alguns procedimentos são feitos por causa de comentários dos amigos. “A gente vive em função do que o outro fala ou pensa sobre nós. Quando você se olha no espelho e é algo que não te incomoda, não precisa mudar pelos outros. O importante é se sentir bem”, finaliza.

Novo seio
A publicitária Paula Alves, 25, faz parte desta estatística. Há cerca de 3 anos fez redução mamária. “O tamanho dos meus seios era uma coisa que me incomodava. Desde os meus 15 anos tinha essa vontade de operar, mas meus pais me pediram para esperar. Na escola era onde eu mais sofria com isso, porque sempre tinha algum engraçadinho para colocar apelido ou debochar”.

Ela conta que consultou com diversos especialistas antes de marcar a data da cirurgia. “Também tive que fazer vários exames. Fiz a operação um ano antes da minha formatura, aproveitando o período de férias. A recuperação foi uma fase difícil, pois eu não podia movimentar os braços. Mas tudo correu bem e o resultado ficou do jeito que eu imaginei”, comemora.

Cirurgias realizadas
Entre os procedimentos estéticos mais procurados, os que encabeçam o topo da lista são o aumento dos seios, lipoaspiração e abdominoplastia. Já no ranking das cirurgias reparadoras aparece em primeiro lugar a operação de tumores cutâneos para corrigir traços do câncer de pele, seguido da pós obesidade e a reconstrução mamária. Ainda de acordo com o levantamento da SBCP, também cresceu a busca por alternativas menos invasivas como aplicação de botox, preenchimento e peeling. Em apenas 2 anos, esse tipo de intervenção aumentou cerca de 390%.

BOX

Em nota, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica alertou para a importância de procurar profissionais capacitados, seja qual for a finalidade. “Há cerca de 12 mil pessoas sem qualificação realizando cirurgias plásticas no Brasil, o que coloca seus pacientes em risco de deformidades, erros irreversíveis e até morte”.