Uma cena não muito comum foi registrada em Minas nesta semana. O senador Antonio Anastasia (PSDB) envolveu-se em episódios confusos e inéditos na sua carreira: ele declarou apoio a dois pré-candidatos ao governo do Estado.
Na cena um: o representante do PSDB compareceu a um restaurante da Zona Sul de Belo Horizonte e, perante a mais de mil convidados, inclusive, dezenas de prefeitos, vereadores e inúmeros parlamentares, fez um pronunciamento empolgante, declarando em alto e bom tom o seu apoio à Dinis Pinheiro (PP). O senador alegou que “não será candidato ao Palácio da Liberdade”.
Dois dias depois, Anastasia aparece em um vídeo ao lado do deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB). Na filmagem, o tucano declarou o seu apoio ao parlamentar, no qual afirmou que seria o nome ideal para disputar o governo estadual e aproveitou, também, para tecer críticas ao atual governador Fernando Pimentel (PT).
Confusão tucana
Nos dias que se seguiram às manifestações do senador tucano, vários segmentos comentaram o ocorrido. Na avaliação do petista Rogério Corrêa, isso demonstra o estado de confusão mental do principal nome do partido tucano, Aécio Neves, que deixou tudo muito solto.
Nas rodadas do ambiente empresarial, houve sinais de que o Anastasia estaria fora do pleito de 2018. Além disso, o posicionamento confuso do parlamentar acarretou outras especulações. Uma delas, diz respeito a uma possível ida do deputado Pacheco para o Democratas, a convite do presidente do partido mineiro, deputado federal Carlos Melles e, naturalmente, incentivada por Anastasia.
Outros analistas avaliam que, na qualidade de representante do PSDB, o ex-governador não poderia ficar fora do evento de pré-lançamento de Dinis. A razão para isso é simples: antes de realizar a reunião, Pinheiro atendeu ao pedido de diversos deputados para agir com rapidez. Sua intenção era evitar algum tipo de acordo para a nomeação de outro nome para concorrer ao cargo do Estado, como aconteceu na sucessão passada com Pimenta da Veiga. A presença de Anastasia no evento demonstra sua reprovação ao suposto jogo que pode estar sendo tramado nos gabinetes.
Mas não houve clareza no tangente às duas manifestações públicas do senador, apoiando dois nomes ao mesmo tempo. Seria opinião dele ou orientação do seu padrinho político Aécio? A essa indagação ninguém soube responder.
Entres os nomes de políticos avaliados como possíveis candidatos, quem está de fora desse jogo é o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Ele chega ao final desse ano registrando inúmeras visitas ao interior, mas não protagonizou qualquer cena de maior repercussão em dezembro, como seus concorrentes.