A economia parece não estar sentindo os efeitos da crise política, afinal, de acordo com o levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), os empresários do setor de construção civil estão mais confiantes. O índice que mede esse aspecto – denominado Iceicon-MG – apresentou, em maio, alta de 2,1 pontos em relação a abril, registrando 49,2 pontos. E nos cinco primeiros meses deste ano, o indicador acumulou aumento de 5,7 pontos.
O Iceicon ainda está abaixo dos 50 pontos, o que sinaliza falta de confiança. Entretanto, o resultado de 2017 foi o melhor para o mês de maio dos últimos 4 anos.
De acordo com o economista e coordenador do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, o bom resultado se deve às condições atuais de negócio, que apresentou incremento de 4,6 pontos na passagem de abril (38,8 pontos) para maio (43,4 pontos).
Porém, o índice continua sinalizando o descontentamento dos empresários do setor com as condições atuais, ao permanecer abaixo da linha divisória dos 50 pontos. “Essas mudanças políticas ainda não foram captadas nesta pesquisa. Nos próximos meses é que iremos saber como os escândalos impactaram a confiança do empresariado”.
O economista destaca ainda que parece que a economia se descolou da política, pois os índices, no geral, estão melhores do que no ano passado. Entretanto, é necessário continuar monitorando os indicadores. “O país vive um cenário econômico diferente do que se tinha antes. Existe uma estabilidade muito clara, a construção civil não está sentindo a pressão e continua estável. Além disso, houve uma previsão de crescimento do PIB, sinalizando um possível crescimento, e o setor também vai seguir essa tendência”.
Casa nova
A funcionária pública Conceição Cruz é uma das pessoas que estão mantendo a confiança dos empresários do setor da construção em alta. Ela está reformando a sua casa, local onde mora com a mãe e um tio. A previsão de duração dos reparos é de 2 meses e ela conta que irá fazer uma reforma geral, gastando cerca de R$ 13 mil.
“Estamos trocando os pisos na sala, copa, cozinha, banheiro, lavanderia e varanda. Nos quartos, as paredes receberam impermeabilizante e uma pintura na casa por dentro e por fora. Também estamos fazendo manutenção no muro, portões e troca da caixa d’água”, relata.
Conceição diz que já tinha algum tempo que não faziam nada na casa. “Com o tempo é preciso fazer manutenções e acabamos deixando. Percebemos que já estava passando da hora. Quem quer realizar alguma obra precisa estar preparado, porque sempre acaba aparecendo alguma coisa nova que não estava prevista”.
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