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Brasil está em 9º no ranking da pobreza

Mesmo com as ações sociais do Governo Federal nos últimos anos, o Brasil apareceu em 9º lugar na lista dos 10 países mais miseráveis do mundo, conforme o estudo do Misery Index da Bloomberg. Em 2015, estávamos em 11º. A análise soma os índices oficiais de inflação e desemprego para chegar ao resultado em relação a pobreza. Contudo, entre os 10 primeiros colocados, a disparidade é grande, pois a Venezuela apresenta índices de desemprego muito baixos de 7,8% e a inflação está em 491,9%. Já o Brasil a inflação é inferior a 5%, enquanto que a taxa de desemprego chega a 17%.

O economista da Olis Consultores, Gabriel Ivo, conta que o atual cenário econômico brasileiro é ruim devido a fatores históricos. “O Brasil é um país que tenta incentivar a economia por meio do consumo, pois é uma ação de resultados mais rápidos, assim o governo consegue elevar a atividade econômica”.

Ivo diz que isso é um problema, pois falta investimento estrutural para sanar os problemas econômicos. “Por serem questões de longo prazo, o governo deixa isso de lado”. Ele explica que investimento estrutural são as questões básicas que tem a ver com a pobreza, como educação, saúde, habitação, saneamento etc. “O Brasil não investe nisso e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) prova essa questão – ele melhorou um pouco nos últimos anos, mas, agora, está estabilizado”.

O economista ressalta que a economia brasileira cresce em ciclos, pois como há o estímulo ao consumo, as pessoas acabam se endividando e, consequentemente, aumenta a inadimplência, fazendo com que a atividade econômica caia novamente. “Com isso, vem a inflação, o desemprego e a pobreza. Por isso, a desigualdade é tão acentuada. Se compararmos o Nordeste com o Sudeste a diferença é ainda maior”.

Para Ivo, o primeiro passo para melhorar a economia seria mudar a política de investimento no país. “É preciso que o governo comece a pensar em soluções em longo prazo, principalmente, no que é básico. Mas, infelizmente, a corrupção no Brasil, às vezes, não permite isso. É necessário investir em educação, saúde, habitação, saneamento, etc para sair da pobreza”, enfatiza.

Segundo ele, a economia vai dar uma respirada neste ano, porque a inflação está caindo. “A taxa de desemprego ainda não abaixou, mas a indústria está reagindo. Porém, se continuar dessa forma, haverá melhora agora e no próximo ano, mas irá piorar novamente, pois não temos estrutura consolidada. O Brasil é um país que fica em ciclos e trabalha apenas para resolver problemas pontuais, ou seja, apenas apagam incêndios”, conclui.

Ações
De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, mais de 13,4 milhões de famílias são beneficiárias do Programa Bolsa Família. Presente em todo o país, a iniciativa busca garantir o direito à alimentação e o acesso à educação e à saúde. E até o fim do mês de abril serão repassados R$ 2,4 bilhões aos beneficiários, contudo, o valor médio de saque para cada família é de R$ R$ 179,12. Vale lembrar que para receber o benefício é preciso cumprir as chamadas condicionalidades, que são compromissos nas áreas de saúde e educação assumidos por quem participa do programa e, também, pelo poder público.

A vendedora Ana Paula Rodrigues, já foi beneficiária do programa há mais ou menos 5 anos. Ela conta que, na época, recebia R$ 64 – sendo R$ 32 para cada filho. “Estava desempregada e apenas o meu marido trabalhava. Era pouco, mas o valor me ajudava na compra do gás”. No entanto, ela lembra que haviam pessoas que recebiam valores mais altos que o dela. “Tinha famílias em que todos estavam trabalhando e recebiam quase R$ 200”.

Hoje, na região Sudeste, 3.456.941 famílias estão inscritas no programa do governo e recebem em média R$ 163,83. O repasse para esse mês ficou em R$ 566.366.033,00.

Vale ressaltar que outra ação do governo que também visa o aquecimento da economia foi a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).