O Curta Circuito é uma mostra permanente de cinema que há 15 anos leva para a população, de forma gratuita, produções brasileiras a fim de resgatar a memória da filmografia do país.
O projeto seleciona filmes com o intuito de apresentá-los à sociedade, independente da época em que possa ter sido feito, seja uma pré-estreia ou algum acervo e convida o público a participar das discussões. Cerca de 71 mil pessoas já foram ver as mais de 4.500 exibições distribuídas nesses anos.
A diretora do Curta Circuito, Daniela Fernandes, conversa com o Edição do Brasil e faz um panorama do projeto. “Ele surgiu em 2001 por iniciativa dos sócios da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas de Minas Gerais (Curta Minas). Naquele ano ainda tinha uma deficiência de janela de exibição para o curta metragem no Estado. Eles resolveram criar o Curta Circuito para desempenhar essa função e escoar a produção que eles mesmo estavam fazendo. Os sócios propuseram para o Palácio das Artes e Fundação Clóvis Salgado, que não abria as segundas-feiras, a abertura do cinema para a exibição dos curtas”.
Daniela relata que o evento abarca um público bem diverso. “A gente restringe um pouco pela classificação indicativa. Grande parte dos nossos filmes são para maiores de 16 ou 18 anos. Então o público-alvo vai modificando a cada programação. Mas temos muitos estudantes e idosos, logo varia bastante”, diz.
O cinema tem 122 lugares, por isso as sessões são condicionadas a lotação do espaço. Os encontros acontecem duas vezes ao mês e sempre tem um bate-papo depois.
Participações especiais
As programações são organizadas por bimestres, produzindo uma peça de divulgação e informação textual, a partir da reflexão feita por críticos, pesquisadores, cineastas entre outros que são convidados a versar sobre o tema/filme. O objetivo é transmitir ao público, de modo direto, qual aspecto do cinema está sendo ressaltado em cada sessão, assim como o olhar cinematográfico próprio do projeto.
Dentre os participantes que alimentam os debates, muitos nomes conhecidos do público já compartilharam suas ideias com a audiência. Entre eles estão José Mojica (Zé do Caixão), Vladimir Carvalho, Sidney Magal, Pepeu Gomes, Seu Jorge, Agnaldo Timóteo, Othon Bastos, Tonico Pereira, Antonio Pitanga, Nelson Xavier etc.
A diretora menciona que uma das sessões mais marcantes foi a do filme “Amante Latino” com o cantor Sidney Magal. “Nós trouxemos ele e foi um bate papo muito emocionante porque é uma oportunidade única. O Magal ficou muito emocionado já que não via esse filme há 30 anos. É uma forma de resgatar isso com a própria pessoa. Você gera uma recordação emotiva neles. O mesmo aconteceu com o Zé do Caixão, que foi bem divertido. Essa é uma oportunidade do público ter acesso a esses nomes”, conclui.
A última sessão do ano acontece dia 29, no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, às 20h, com entrada franca. Para mais informações: www.curtacircuito.