O período é de negar apoio aos caciques políticos mineiros. Lidera a lista, o então poderoso senador Aécio Neves (PSDB), atualmente, rejeitado pelo próprio afilhado, o senador Antonio Anastasia (PSDB). Trata-se de uma cena inédita na sucessão mineira, pois todos sabem que Anastasia seria o único capaz de unir os grupos de oposição.
Anastasia, certamente, tem conhecimento do completo desgaste de Aécio, por conta de denúncias vindas de Brasília. O tucano foi indiciado em várias acusações, inclusive uma procedente do empresário Joesley Batista. “Anastasia não quer enfrentar o desgaste do PSDB em Minas se colocando como candidato a governador. No entanto, ele vê com bons olhos a possibilidade de se tornar vice de Geraldo Alckmin na disputa presidencial. Ou seja, ele almeja algo mais tranquilo, inclusive sem o compromisso de buscar dinheiro para campanha”, analisa um tucano de alta plumagem.
O clima contra Neves ficou ainda mais pesado depois que lideranças mineiras tomaram conhecimento de sua atuação em dois episódios de repercussão regional: a sua influência junto ao senador Ciro Nogueira que, na qualidade de presidente Nacional do Partido Progressista, fez intervenção no PP mineiro forçando a saída do ex-governador Alberto Pinto Coelho da presidência. E sua interferência junto ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, cujo pano de fundo foi retardar o máximo possível um entendimento entre os pessedistas e o grupo do pré-candidato a governador, o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB).
Outros nomes complicados
Um político para obter mais sucesso neste pleito de 2018 não pode ter seu nome envolvido em escândalos. A respeito deste assunto, os petistas mineiros saem na frente. Dizem eles: o governador Pimentel é candidato a reeleição, pois existe apenas denúncia contra ele, sem comprovação e condenação. Portanto, é ficha limpa.
À medida que os debates sobre a campanha para governador vão acontecendo, agita-se, paralelamente, alguns temas nos bastidores. Por exemplo, depois que começou a pontuar positivamente nas pesquisas, o pré-candidato Marcio Lacerda está sendo criticado por muitos deputados de ser um político que não cumpre acordo, inclusive, quando estava no comando da Prefeitura de Belo Horizonte e não nutria de boa convivência com os vereadores.
Com objetivo de conquistar o comando do Palácio da Liberdade, o pré-candidato Romeu Zema, bastou pisar na arena, para que fosse alvejado com uma saraivada de críticas. Uma diz respeito ao âmbito internacional: Zema, segundo acusação, teria tentado adquirir de modo irregular a sua cidadania italiana, tanto que ele foi barrado pela justiça do país.
Não chega a ser censura, porém o deputado Rodrigo Pacheco (MDB), caso seja levado a encabeçar uma chapa para disputar o executivo estadual, terá de conviver com a desconfiança de muitos políticos tradicionais. Primeiro, por ser jovem. Segundo, por não ter bom relacionamento com grupos regionais. “Durante 2 anos, Pacheco deixou de realizar viagens ao interior para conhecer as realidades regionais. Parece ser um político de cúpula e que não gosta de atuar no varejo e grotões”, reclama um deputado estadual do partido.
Ainda respondendo a vários processos, tanto na justiça comum na trabalhista, o ex-prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB) divulga no Norte de Minas ser candidato a senador, mas ele é de outro político cujo desgaste político também passa dos dois dígitos.