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Publicidade movimenta mais de R$ 61 bi no primeiro semestre

O investimento em publicidade movimentou, nos primeiros 6 meses deste ano, R$ 61,9 bilhões no país. Em 2016, o setor injetou mais de R$ 129 bilhões, segundo análise do Kantar Ibope Media. Mesmo com a economia em crise desde 2014, os números podem ser considerados positivos se comparado com o mesmo período em 2015, pois a queda de investimentos foi de apenas 1,6%.

MEIO VALOR % DO TOTAL
TV ABERTA R$ 34.410.477.000,00 55,5%
TV ASSINATURA R$ 7.465.571.000,00 12,1%
JORNAL R$ 7.172.579.000,00 11,6%
TV MERCHANDISING R$ 3.447.704.000,00 5,6%
RÁDIO R$ 2.089.417.000,00 4,5%

Legenda: Fonte: Kantar IBOPE Media – Monitor Evolution

Um estudo feito pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) mostra que no Brasil R$ 1 aplicado em publicidade gera, em média, R$ 10,69 para o conjunto da economia. Fazendo com que esse setor movimente cerca de R$ 358 bilhões no PIB.

O levantamento aponta que a publicidade garante a existência independente de jornais, revistas e da mídia digital. De acordo com números do Instituto Verificador de Comunicação, são cerca de 3 mil publicações, sendo 532 jornais diários e 2.472 títulos impressos de outras periodicidades, 175 revistas, além do portais e blogs (que não foram contabilizados).

Com base nos indicadores do IBGE, o setor também é responsável por criar, direta e indiretamente, mais de 640 mil postos de trabalho.

De acordo com a pesquisa, os países com maior crescimento econômico geral (dimensionado pelo PIB) foram aqueles com maior investimento per capita em publicidade.

O CEO da Bolt Brasil e presidente da Associação Brasileiras de Agendes Digitais (Abradi), Alexandre Estanislau, explica que a publicidade está em quase tudo e que boa parte está inserida no varejo e bens de consumo. Ele comenta que em Minas o setor está voltando a crescer. “Há o crescimento do mercado interno, vimos muitas marcas saindo do Estado, buscando agências de São Paulo. Mas, agora, novas marcas estão surgindo e as antigas estão voltando a investir no mercado mineiro”.

Estanislau diz que a sua área e maior atuação é a do mercado digital. Ele conta que o investimento de grandes marcas era dividido em 80% na publicidade tradicional e 20% na digital. “Agora, vemos que o meio online e off-line coexistem, é basicamente 50%, 50%”.

Durante a crise, o CEO reforça que o online tende a se destacar mais. “Por exemplo, na produção de uma campanha para o Youtube, o valor da produtora é o mesmo que o na TV, contudo, a diferença é que é mais fácil mensurar os resultados e direcionar o público. O grande trunfo do digital é esse”.

Consumidor
Outra pesquisa realizada pela Kantar Ibope Media aponta que entre os consumidores do Brasil, China, França, Reino Unido e Estados Unidos, 50% acessam as mídias online pelo menos uma vez por dia –, no entanto, esse público continua lendo, vendo e ouvindo conteúdo por meio das mídias tradicionais. 75% declararam que prefere/gosta de ver publicidade no modo off-line e a TV lidera o ranking, pois impacta 97% dos entrevistados. Já os formatos de mídia que possuem a maior proporção de entrevistados alegando que gostam de anúncios são: cinema (37%), TV (33%) e revistas (33%).

Para Estanislau, as campanhas não devem interromper o dia a dia das pessoas. “O correto é trabalhar com o consumidor a médio e longo prazo por meio de conteúdo de relevância. A partir disso, quando ela precisar consumir algo, vai se lembrar da marca. Além de fazer a campanha pontual, buscamos entender o que essa pessoa procura, criando um relacionamento”.

Ele esclarece que o mundo off-line não mudou muito, no entanto, diz que há uma integração. “O mesmo anúncio que coloco para rodar na TV, está nas redes sociais. No resto, tudo é igual desde 1950. Tentaram fazer algumas mudanças usando o QR code, mas não pegou”.

Para o CEO, em Minas, a publicidade no meio tradicional é forte. “Temos clientes que ainda não querem entrar para os meios digitais por medo de receber comentários, mas sempre falamos: ‘você já está lá, só que assim, não está participando da conversa’. É um trabalho árduo de consultoria e aculturamento”, finaliza.