Amplos corredores, com um pouco de tudo e uma gama de clientes, esse é o Mercado Central de Belo Horizonte, um ponto turístico e de grande entretenimento para quem visita. O espaço abriga cerca de 370 lojas e recebe em média 30 mil pessoas por dia, tendo um fluxo por mês 1,2 milhão. O local também é responsável por gerar 184 empregos diretos e mais de 2 mil indiretos, impactando positivamente na economia do Estado. Contudo, devido à política do mercado, não existem dados oficiais sobre quanto o espaço movimenta por mês, mas se fizermos uma simulação simples, considerando que cada uma das 370 lojas faturassem R$ 5 mil por mês (teto do empreendedor individual), o montante mensal seria de R$ 1,85 milhão.
Nova direção
Neste ano o mercado está sob nova gestão. O presidente da instituição é o empresário Geraldo Henrique Figueiredo Campos, que na antiga administração era diretor financeiro. Em entrevista, Campos salienta que essa é uma continuidade da gestão anterior e que o mercado lançará projetos para fomentar o espaço além de explicar como é a administração do local. Confira:
Quem são os donos do estabelecimento e como é a administração?
Somos uma associação sem fins lucrativos de pessoas físicas. O lojista é responsável por administrar sua loja e a associação gere o restante, como estacionamento, corredores, sanitários etc.
O associado pode exercer atividade comercial, alugar ou ceder. A administração não participa dos valores impostos pelo proprietário para locação ou rendimento das lojas, mas, para a conclusão do negócio, o conselho tem que aprovar o novo comerciante, pois tem um mix de produtos regulado em nosso estatuto.
Com pouco mais de 100 dias na gestão do mercado, quais foram os principais desafios e como você vê o futuro?
Eu fui diretor financeiro da associação por 4 anos, então digo que essa é uma continuidade. O José Agostinho de Oliveira Quadros, foi o presidente anterior. E nós recebemos o título de 3° melhor mercado do mundo pela Latam. Nosso objetivo é alcançar o primeiro lugar e estamos trabalhando para isso.
Quais são os projetos para o Mercado Central?
Conhece a frase “endurecer sem perder a ternura”? No mercado utilizamos o seguinte: “Modernizar sem perder a tradição”. Possuímos wifi free para os clientes e temos um site bem atual. Atuamos também com o sistema de visita guiada, na qual recebemos cerca de 12 mil crianças por ano, além de estrangeiros. Somos o espaço mais visitado por turistas na capital. O nosso estacionamento é moderno, temos o controle de entrada e saída, e são quase 300 câmeras de vigilância para manter o ambiente seguro. A associação investe na modernidade para propiciar conforto para os nossos visitantes, clientes e para o próprio lojista. Agora, estamos inaugurando o mercado kids que é um dos espaços mais interessantes do ramo. Já em relação a ampliação, nós precisamos de autorização do poder público para dar andamento, mas tudo já está na prefeitura para análise.
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O que faz do mercado um local único?
Cada vez que você vem aqui, você tem uma experiência distinta. Vai falar com um turista da Coreia, encontrar os moradores que frequentam o local com mais frequência ou turistas etc. Isso é o que mantem a tradição, pois não é só comprar e, sim trocar receitas, conversar, conhecer pessoas diferentes e criar vínculos. Quem vem ao mercado, vem para isso, pois quem quer comprar algo rápido, pode ir ao supermercado.
Como a crise afetou o mercado?
Nós fomos o menos afetado pela crise. Hoje, sou o presidente, mas trabalho na minha loja e não perdi meu vínculo com isso, pois é uma coisa importante. A nossa frequência de visitantes não caiu, mantemos o número de 1,2 milhão de visitantes por mês e não temos lojas fechadas.
Como está a situação da venda de animais dentro do mercado?
Essa questão foi judicializada e o departamento jurídico solicitou que essa questão não fosse discutida.
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BOX: Você sabia?
O mercado existe desde 26 de março de 1900 e foi criado por meio de um decreto para ser o principal centro de abastecimento da cidade. Ele funcionou até 1929, onde é a rodoviária e foi transferido para o local em que está hoje.
Até 1964, ele pertencia a prefeitura e se chamava Mercado Municipal de Belo Horizonte, mas foi realizado um leilão e a cooperativa constituída pelo comerciantes do local venceu. Desde então, a associação administra os espaços comuns do mercado que passou a se chamar Mercado Central de Belo Horizonte.