As campanhas políticas lá pelos idos de 1940/1950 tinham a fama de serem violentas e comandadas pelos seus “coronéis”, que utilizavam todo o seu poder econômico para vencer a disputa, especialmente nas cidades menores. Quando apenas isso não era o bastante, a “carabina” era uma forma de intimidar os opositores e até dissolver eventos públicos à base de tiros e outras violências. Naquela época, se as narrativas dos pretendentes não eram suficientes para o convencimento do eleitor, utilizava-se do “bacamarte”.
Neste limiar de século, com ferramentas mais tecnológicas, surgem novas armas com maior poder de repercussão do que no século passado. Trata-se das populares redes sociais, novo “bacamarte”, que podem complicar a vida dos oponentes e provocar danos irreparáveis em suas respectivas campanhas, com postagens sem comprovação, provocações feitas de propósito, galgando desavenças e até mesmo violência.
O recente embate entre dos candidatos a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal e José Luiz Datena, cuja cena da “cadeirada” circulou por todo o mundo, é um exemplo de que determinados candidatos provocam cenas dantescas para postá-las em suas redes sociais e conquistar cada vez mais seguidores. Usam de um instrumento tão sério como se fosse uma brincadeira de criança, quando deveriam discutir o futuro das cidades e apresentar propostas concretas.
Aqui em Belo Horizonte, durante debate realizado pela TV Alterosa com os candidatos à prefeitura da capital, Duda Salabert (PDT) chamou o Fuad Noman (PSD) de corrupto e disse que ele deveria estar preso. Perante o grande público, não houve reação por parte do atual prefeito, a não ser que esse desafio esteja sendo respondido através da Justiça. Como a denúncia não foi desmentida, fica no ar aquele velho adágio popular: “quem cala, consente”. Enfim, as campanhas políticas tendem a ficar cada vez mais exaltadas nesta reta final, tudo na base do salve-se quem puder.