A bicicleta é o principal meio de transporte em muitas regiões do planeta. Ecológica e hoje, comprovadamente, tem todos os quesitos de ergonomia para as reais necessidades do corpo humano.
Atualmente, existem bicicletas com conceitos futuristas, fabricadas com liga leve, como o titânio, e até artesanais de bambu em alguns países asiáticos. É um equipamento muito bom para a prática do esporte. Nos Países Baixos da Europa é tão importante que recebe mais cuidados das autoridades do que o próprio pedestre. Diz o dito popular que, “quem aprende a andar de bicicleta, não esquece jamais”. Parece ser verdade.
Aprendi a andar com meus 8 anos pelas ruas do então calmo bairro de Santa Tereza. Assim como eu e centenas de outros moradores, aprendemos a andar com as velhas bicicletas da Oficina do Seu Corino, ali na Rua Salinas, na entrada para a Praça Duque de Caxias. O velho Corino recuperava bicicletas e as alugava ou as vendia, com preços bem acessíveis.
Aos domingos, depois da missa, a praça ficava tomada por bicicletas de todos os tamanhos. O velho criou toda a sua família com a Oficina, que continuou depois com seu filho mais velho, o Corininho, que funcionava onde hoje é o Bar do Bolão. Poucas pessoas, do meu conhecimento na época, usavam a bicicleta como meio de transporte e trabalho, exceto o seu Oswaldo padeiro. Ele transformou a velha bicicleta em um triciclo com baú, onde guardava os pães.
Foi a primeira padaria itinerante e uma espécie de delivery nos anos 1960. Tinha também outro cidadão muito conhecido no bairro, o Ló, que usava a sua bicicleta para visitar campos de futebol. Era olheiro para o futebol amador. Com o passar dos tempos, a bicicleta se modernizou, virou bike, magrela e tufão. Ganhou pistas especiais, acessórios e seus usuários ganharam roupas próprias.
No início dos anos 1980, levei meu filho para a inauguração de uma pista de bicicross no Parque das Mangabeiras. Lá estava ele com sua bicicleta de última geração. Assim como a modernidade nas bikes, os países mais desenvolvidos foram criando espaços para o trânsito só de bicicletas. Em alguns, como a Holanda por exemplo, ela tem a preferência, mesmo disputando com carros e pedestres. Não queira causar um acidente com uma delas. Inúmeras pessoas usam a bicicleta como meio de transporte e lazer. Existem estacionamentos especiais e as cidades são menos poluídas.
No Brasil, a possibilidade de se tornar um país da bicicleta ainda está muito distante. É necessário todo um processo de reformulação da cultura e da logística para isso. Atualmente, o ciclista corre risco com o trânsito e com a ação de ladrões, mas o Seguro Bike é uma solução completa, cuida não só da bicicleta e do ciclista, mas também dos terceiros. Alguns prédios públicos de Belo Horizonte têm áreas reservadas para estacionamento de bicicletas e em alguns pontos da nossa cidade já existem postos de aluguel através de aplicativos.
Ciclovias começam a ser construídas, como em todas as capitais do mundo. Os primeiros passos foram dados. Existem hoje milhares de ciclistas em Belo Horizonte, que se reúnem para passeios noturnos, além de programas nos finais de semana. Uma atividade que serve para trabalhar o corpo e a mente. E quando achamos que estamos caminhando, aparecem os obstáculos.
Um candidato a prefeito de BH está prometendo destruir as ciclovias construídas no Centro da cidade. Ele aparece em um banner de propaganda eleitoral com uma marreta na mão fazendo a ameaça, tipo homem do saco que sempre ameaçou a mente das crianças. Cruzes!
Pitaco 1: Se alguém tem alguma dúvida da crise climática, venha para Belo Horizonte. O inverno daqui só aparece no calendário. É um sol para cada um. Temos que reaprender a dança da chuva. Só não sei se mesmo com a estiagem, a prefeitura tomou providências para evitar as possíveis enchentes.
Pitaco 2: Com o calorão, tente comprar uma garrafa de água mineral em um shopping. A que custa R$ 3 no supermercado, chega a R$ 7,50 no ambiente resfriado do shopping. Sempre tem alguém que ganha com a situação.