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Faturamento das PMEs inicia o terceiro trimestre em alta de 13%

Os setores do comércio e indústria foram os destaques / Foto: Tânia Rêgo-Agência Brasil

 

Conforme o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), a movimentação das pequenas e médias empresas (PMEs) cresceu 13% em julho, na comparação com o mesmo período do ano anterior, sendo que os setores da indústria e comércio tiveram o maior destaque. Já no acumulado do ano, o crescimento foi de 5,6%. O indicador funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, divididas em 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: comércio, indústria, infraestrutura e serviços. O comércio teve um rendimento de 19,4% no período pesquisado.

Em 2023, o segmento registrou queda de 11,8%. Já as pequenas e médias empresas da indústria apresentaram progresso de 18,5% no faturamento, mantendo a tendência positiva. Segundo a pesquisa, o desempenho foi sustentado, especialmente, pelas atividades de “impressão e reprodução de gravações”, “fabricação de móveis”, “fabricação de celulose, papel e produtos de papel” e “fabricação de máquinas e equipamentos”.

No setor de serviços, as PMEs voltaram a ter boa performance (6,2%), após queda de 1,7% no mês anterior. O resultado foi condicionado, especialmente, pelo avanço de “atividades de entrega”, “atividades veterinárias”, “publicidade e pesquisa de mercado” e “alojamento e alimentação”. O segmento de “infraestrutura” também marcou crescimento da movimentação financeira real (8,6%), após dois meses consecutivos no campo negativo, com destaque para “serviços especializados para construção” e “coleta, tratamento e disposição de resíduos”.

O gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, Felipe Beraldi, explica que parte da diferença nos números se deve ao “efeito calendário”. “Foram mais dias úteis nesse período pesquisado, que no ano passado. Para diversos segmentos do mercado de PMEs, isso resulta em um faturamento mensal mais robusto, tornando a comparação desbalanceada”.

Já para o economista Gelton Pinto Coelho, a economia sinaliza tendências e, neste sentido, todos os setores têm mostrado avanços. “Resultado da política de valorização dos salários mínimos, somada ao controle da inflação, e há na população brasileira uma melhora no consumo de bens e serviços. Em 2023, já havia sinalizado um avanço, que veio ainda superior em 2024. Para além dos feriados e dias úteis, o crescimento do setor é consistente e estratégico na economia do país”.

Ele afirma ainda que do ponto de vista da indústria, ganhou destaque a fabricação de máquinas e equipamentos, serviços de reprodução e impressão. “Apontando o aumento da demanda da população e consequentemente um rebatimento importante. O comércio também segue tendência de 2023, porém, quase dobrando o crescimento este ano. Algumas pessoas e categorias que tiveram melhorias salariais e, principalmente, o programa ‘Nova Indústria Brasil’ estão alavancando o desenvolvimento do setor”.

“Analisando o crescimento do ano anterior, somado ao deste ano, que foi maior, podemos projetar, inclusive pela revisão constante do Produto Interno Bruto (PIB) em alta, que as PMEs têm motivos para comemorar. Colocamos, porém, como risco, as sinalizações inadequadas do Banco Central quanto à taxa de juros”, complementa.

 

Empregos

Conforme dados do Sebrae Minas, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o setor gerou em Minas Gerais, nos primeiros seis meses, 106 mil novas vagas de trabalho, o que representa 66,7% do saldo total do Estado no período. Entre municípios, Belo Horizonte obteve melhor resultado, com saldo de 15,4 mil novas vagas, enquanto Barão de Cocais, na região Central, foi a cidade com pior resultado, com saldo negativo de 232 postos de trabalho.

Coelho pontua que as PMEs representam 50% do valor agregado nacional, 60% dos empregos brasileiros e 30% do PIB, de acordo com o Sebrae. “Enquanto empresas maiores cortam funcionários, as PMEs empregam cada vez mais e de forma ampliada com empregos de carteira assinada, que são hoje, após as reformas, o grande desejo do brasileiro”, finaliza.