Através de uma matéria de autoria do companheiro Sérgio Fraga, deste nosso Edição do Brasil, tomei conhecimento, entusiasmado, que a Biblioteca Pública empresta uma média de 3.500 exemplares por mês às pessoas com fome de saber. Que maravilha! Em um país onde a ignorância prolifera a passos largos, inclusive da nossa própria história, parece ser uma gota de esperança.
A Biblioteca Pública Estadual, criada por Juscelino Kubitschek e instalada em um magnífico prédio projetado por Oscar Niemeyer, em 1961, tem hoje mais de 570 mil títulos para consulta e enriquecimento do saber. É um verdadeiro centro de preservação da memória do país. Já esteve mais bem preservada e com mais apoio governamental. Mas para um Estado em que o dirigente-mor não é chegado a livros, tanto que nem conhece a nossa mineira ganhadora do prêmio Camões, a grande Adélia Prado, está em boas mãos.
Essa fome de saber mostrada na matéria da última edição serve de alento em um país voltado para coisas absurdas de seus dirigentes e legisladores, que abandonam a ciência para espalhar absurdos e teorias que beiram as raias da loucura, utilizando um instrumento criado para o crescimento intelectual, a internet, como arma do negacionismo. Voltando à nossa Biblioteca Pública, ela foi responsável pela criação, em 1966, do Suplemento Literário, uma das maiores publicações voltadas para a cultura do país.
Por lá passaram textos dos mais importantes escritores do país e foi dirigida pelos mais competentes jornalistas de Minas Gerais. Foi, durante anos, a mais respeitada publicação cultural do Brasil e serviu de modelo para centenas de outras, algumas ainda sobreviventes neste país tão pobre de conhecimento cultural. Na entrada do prédio estão as estátuas de Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino, escritores de renome de literatura mineira e brasileira, cujos exemplares de suas obras fazem parte do acervo. Os quatro estão, estrategicamente, em volta de um banco de praça, que simboliza a calma dos mineiros, que trocavam e ainda trocam, conversas em diversas de nossas praças. Enfim, é bom saber que o número de acessos à biblioteca é grande.
Só assim, conhecendo a história, podemos evitar novos erros no futuro. Evitar que os legisladores pensem em privatizar praias no Brasil ou vender crianças pobres na Argentina, sugestões de parlamentares dos dois países, que seguem a mesma doutrina da falta de conhecimento.
Pitaco um: Parece praga, mas vamos ficar naquele 7 a 1 eterno. A Seleção Brasileira que metia medo em todo mundo, não existe mais. Os jogadores estão mais preocupados com a aparência do que com o futebol. No último jogo da Copa América, tinha jogador com trança no cabelo que deve ter demorado horas para ser feita. E isso acontece também nos clubes em que jogam. Acho que o debate é mais profundo. Com a palavra, os entendidos. E tem muitos.
E a coisa vai tomando outros rumos, onde quem manda são os empresários. Compravam, vendiam e emprestavam jogadores. Agora compram os clubes. Em um país que luta para resolver uma crise mundial, um chutador de bola ganhar R$ 2 milhões por mês é um absurdo. E alguns querem ganhar R$ 3 milhões. Cruzes.
Pitaco dois: Neste final de semana, Silvio e Mirtes Scalioni comemoram o primeiro ano do Esquina Santê, bar e restaurante em Santa Tereza. Para aqueles que duvidavam do sucesso, a prova está aí. Para comemorar, um fim de semana musical com o Boca de Sino no pedaço.