De acordo com a Pesquisa IPC Maps 2024, ao longo deste ano, as famílias brasileiras deverão desembolsar cerca de R$ 7,3 trilhões com os mais diversos itens de bens de consumo, o que representa um aumento real de 2,5% em relação ao ano passado. A conclusão segue a atual expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2%.
Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, esse incremento ainda é baixo em comparação ao verificado em 2023 (de 3,1%) e em 2022 (de 4,3%) mas, ainda assim, mostra que o país vem se recuperando no cenário pós-pandêmico. “Até 2019, nossa economia crescia a passos lentos, na média de 1% ao ano. Em 2020, veio a COVID-19 e derrubou brutalmente a economia mundial como um todo”, avalia.
Sobre as preferências dos consumidores na hora de gastar sua renda, o realce continua sendo para a categoria de veículo próprio, cujas despesas devem somar R$ 797,8 bilhões. Ainda assim, os itens básicos são prioridade, com grande margem sobre os demais: 26,9% dos desembolsos destinam- -se à habitação (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás), 19,8% outras despesas (serviços em geral, reformas e seguros), 7,1% são medicamentos e saúde; 4,9% alimentação e bebidas fora de casa.
Minas Gerais
Já o consumo da população de Minas Gerais deve chegar à casa dos R$ 753,6 bilhões neste ano. De acordo com Pazzini, em 2023 a participação de MG no consumo nacional foi de 10,14% e em 2024 deverá ser de 10,30%, o que representará mais de R$ 12 bilhões no bolso dos mineiros. “Este aumento de potencial de consumo se deve à alta da quantidade de domicílios de todas as classes econômicas, entre 2023 e 2024. As classes A e B tiveram desempenho interessante, foram 5.112 novos domicílios na classe A e 53.486 na classe B. Como são as que têm a renda mais alta, o impacto nos valores de potencial de consumo é bem significativo”.
“A exemplo de anos anteriores, a categoria habitação é a que lidera os gastos dos mineiros e deve movimentar R$ 159,9 bilhões este ano, envolvendo pagamento de aluguéis, contas de água, energia elétrica. Em segundo lugar aparece a categoria outras despesas, com valor de R$ 23,2 bilhões para gastos diversos, como pets, serviços pessoais, cabeleireira, barbeiro, manicure e pagamento de prestações de compras a prazo. Na terceira posição temos despesas com veículo próprio, que pode injetar R$ 81,2 bilhões na economia, ultrapassando inclusive as despesas com alimentação no domicílio”, completa.
Belo Horizonte
O estudo mostra também que Belo Horizonte é a capital com maior potencial para consumo no estado, com previsão de R$ 115 bilhões. Depois vem Uberlândia (R$ 34 bilhões) e Contagem (R$ 24 bilhões). O principal gasto em BH será com habitação (R$ 25 bilhões), seguido de outras despesas (R$ 22,7 bilhões) e veículo próprio (R$ 14,2 bilhões).
Apesar da capital permanecer em primeiro lugar de maior potencial para consumo no estado e em quarto para o país (mesmas posições do ano passado), a participação belo-horizontina em relação ao total nacional caiu de 1,63% para 1,58%. O trabalho reforça a tendência de queda na participação das 27 capitais no mercado consumidor como ocorreu nos últimos anos. Em baixa, também, estão as regiões metropolitanas, em detrimento do interior, que aumenta sua presença para o cenário brasileiro.
Pazzini lembra que, de 2023 para 2024, a quantidade de empresas subiu 9,2% no interior e 7% nas capitais e regiões metropolitanas, contra 8,1% da média nacional. “Esse cenário pode ser explicado pela escalada do home office, pois mesmo que a empresa funcione em grandes centros, ela não necessita mais de grandes áreas de escritórios. Essa modalidade de trabalho passou a ser mais frequente após a pandemia”, afirma.