As belezas naturais e toda a história das Minas Gerais têm conquistado os belo-horizontinos. Quebrando o paradigma das viagens constantes para o litoral, a pesquisa elaborada pela Fecomércio MG revela que 40,3% dos moradores da capital viajaram pelo Estado nos últimos 12 meses e outros 20,9% planejam roteiros locais para os próximos passeios. Contudo, o potencial turístico mineiro pode ser mais explorado no cenário nacional quanto internacional, conforme destaca a pesquisa Perfil do Turista Belo-Horizontino.
O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, considera que, mesmo com a crise, o volume de viagens apontado na pesquisa é positivo, pois movimenta toda a cadeia do turismo (setores como transporte, hotelaria, restaurantes e varejo local). “Nós tivemos melhorias na economia, como a redução da inflação que causou um alívio no orçamento de muitas pessoas, além da retração dos juros nominais que podem ajudar a aumentar os índices das viagens”.
O levantamento apontou ainda que o número de pessoas que não programam as viagens chegou a 31,1%. Com isso, o economista salienta que, como as decisões podem ser tomadas posteriormente, o volume de passeios tende a crescer no futuro. “Cidades mais próximas são alternativas para o consumidor que não quer gastar muito devido o deslocamento”.
O estudo mostrou também que 46% dos consumidores associam o turismo ao descanso e à tranquilidade, seguido por 28,1 que o consideram como diversão e entretenimento. Cerca de 73% dos entrevistados disseram que se houvessem pacotes com custos menores, maior divulgação dos pontos turísticos (19,9%) e melhores condições no preço de hospedagem – viajariam mais dentro do Estado. 80,2% dos entrevistados viajam por conta própria, contra 16,3% que compram pacotes turísticos. Almeida acrescenta que esse índice é reforçado devido ao valor dos pacotes e, também, porque muitos planos são engessados, impossibilitando as pessoas de criarem seus próprios roteiros.
Para fomentar ainda mais o turismo mineiro, Almeida destaca que a federação tem um setor de turismo, no qual, desenvolve projetos e participa de comitês em prol do segmento.
Pé na estrada
Entre os 40% dos que optam por Minas, está a manicure Karita Martins. Ela conta que viaja uma vez por ano para sua cidade natal, Araçuaí, há 678 km da capital. “Amo a minha cidade e aproveito para ir durante as férias escolares de julho do meu filho. Sempre vou de ônibus ou carro, mas em média, gasto R$ 1.000 a R$ 1.500, sendo que de ônibus o custo é maior”. Karita diz ainda que ama viajar em Minas, pois considera o Estado maravilhoso. “Viajar por onde a gente gosta é a melhor coisa que existe”, comenta.
O encarregado de mercearia Bruno Morais tem priorizado os destinos mais próximos, como: Serra do Cipó e o Centro-Oeste de Minas. Ele conta que tem parentes na região. “Gosto de ir de carro. Gasto em média R$ 120 de gasolina e ainda levo mais R$ 100 para gastos eventuais e outra quantia por segurança”.
Já o locutor Arleison Roberto diz que viaja para o Vale do Jequitinhonha, há 690 km de BH, cerca de três vezes por ano. Quando ele vai de carro gasta R$ 500 de gasolina, mas também costuma ir de ônibus, no qual a viagem dura 12 horas e custa R$ 220,00. “Existe a possibilidade de ir de avião – com parada em Almenara tendo uma viagem mais curta, cerca de 1h30, entretanto, o custo é ainda maior, R$ 700 o bilhete”.
Ele comenta ainda que Minas é um lugar mágico que só quem conhece, sabe o verdadeiro valor que tem. “Eu acho de suma importância a valorização do nosso Estado. É uma terra rica nas tradições e na cultura, além da comida ter um sabor especial”.
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Foto: divulgação*