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Sangramento uterino anormal afeta 40% das mulheres

A maioria das mulheres convivem com a menstruação por vários anos de suas vidas e, uma grande parte, sente os incômodos causados durante esse período, como cólicas, dor de cabeça, mudança de comportamento, entre outros. Porém, em algumas, os sintomas ultrapassam o aceitável e começam a atrapalhar a rotina. É o caso do sangramento uterino anormal.

Os médicos consideram como normal o volume sanguíneo menstrual de 20 ml a 60 ml. Acima de 80 ml por ciclo, pode-se afirmar que se tem um quadro de sangramento uterino anormal. Esse problema afeta, de acordo com dados das associações de Ginecologia e Obstetrícia do Canadá e Escandinávia, aproximadamente, 40% das mulheres.

Esse sangramento fora do padrão pode causar anemia e diminuição da concentração de ferro na corrente sanguínea. Para além disso, o problema afeta a qualidade de vida da mulher, pois durante o período menstrual, elas mudam o tipo e a cor das roupas, a relação com o parceiro, se sentem inseguras, menos atraentes e evitam eventos sociais. O desempenho esportivo, escolar e profissional também são comprometidos.

Foi exatamente isso que aconteceu com a médica veterinária, Cristina Martins, 56. Ela conta que conviveu com o problema por 4 anos e, durante este período, passou por vários constrangimentos. “Tinha dia que eu saia do meu trabalho correndo para casa, porque eu estava toda suja. Tive também que parar de jogar vôlei, atividade que gosto muito, pois o sangue descia pelas pernas”.

Quando notou que aquele sangramento não estava normal, Cristina procurou um ginecologista que a aconselhou a colocar o DIU para diminuir o fluxo. Segundo a veterinária, o contraceptivo ajudou, porém a solução definitiva para o problema foi a retirada do útero. “Melhorei muito a minha qualidade de vida. Agora não tenho mais preocupação com menstruação e nada deste tipo”.

Causas
O médico e professor titular de ginecologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Agnaldo Lopes aponta que a doença tem causas estruturais, associadas a lesões, tumores e às não estruturais. “Jovens com histórico de problemas de coagulação requerem maior investigação. Os métodos de imagem, mais especificamente, a ultrassonografia transvaginal, são indicados para diagnosticar o problema”.

As doenças que podem causar o sangramento anormal são miomas, pólipos endometriais e câncer; e as mulheres obesas e com alterações estruturais no útero estão mais propensas a terem o problema.

Para amenizar o fluxo sanguíneo, Lopes diz que os remédios mais indicados são anticoncepcionais que podem ser em forma de pílula ou DIU. “Existe um baixo conhecimento das mulheres sobre o assunto. Quando a menstruação começa a afetar a vida, isso deve ser avaliado por um profissional, afinal existem tratamentos eficazes para reverter esse quadro de incômodo”.

Crédito da foto: divulgação